FIQUE SÓCIO!

Gilberto Almazan
COMPARTILHAR

Mais fiscalização pelo banimento do trabalho escravo

Por Gilberto Almazan - Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região 01 mar 2023

O trabalho escravo ainda é uma realidade no Brasil e precisa ser banida de uma vez por toda. Nos últimos dias, o caso dos trabalhadores que, em Bento Gonçalves (RS), viviam em condições análogas à escravidão ganhou repercussão nas redes sociais e nas manchetes dos principais jornais do país. Foram mais de 200 homens submetidos a situações humilhantes, à tortura.

Eles atuavam na colheita, carga e descarga de uvas para uma empresa, contratada pelas vinícolas Aurora, Salton e Cooperativa Garibaldi. Vejo aqui três grandes problemas. Primeiro, uma empresa que se isenta de suas responsabilidades, que fecha os olhos para os direitos trabalhistas e sociais. Segundo, marcas conhecidas e de prestígio no mercado se utilizando de serviços de terceiros, sem checar as condições em que eles são desenvolvidos. Terceiro, falta fiscalização.

Estas são situações que sempre criticamos: faltam respeito e cumprimento de direitos, que só serão resolvidos por meio da fiscalização. Conseguem compreender a importância dela? O pior é que estamos falando apenas de um caso/empresa.

Quando ampliamos o leque a situação de horror que passam muitas pessoas no país é ainda pior. Segundo informações do Ministério do Trabalho e Emprego, o Brasil encontrou 2.575 pessoas em situação análoga à de escravo em 2022, maior número desde os 2.808 trabalhadores de 2013.

Analisar esses números é também refletir sobre o fato de que ainda pode existir tantas outras pessoas em situação de escravidão. Precisamos, sim, de fiscalização. Mas também precisamos do fortalecimento dos órgãos competentes e suas equipes. E, claro, a garantia de segurança daqueles que buscam banir esse tipo de crime. Só assim poderemos avançar para um país mais justo e igualitário.

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #08