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Claudio Magrão
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Investimentos na Indústria e Geração de empregos

Por Claudio Magrão - Secretário Geral da Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo 01 abr 2024

Nos últimos meses a indústria automobilística tem anunciado algo em torno de 100 bilhões em investimentos no Brasil o que, por sí só, já é uma ótima notícia para a economia do país. No entanto, essa aposta alta do setor está atrelada a avanços nas políticas que o atual governo tem implantado no sentido de resgatar a força da indústria nacional que vinha demonstrando forte queda nos últimos anos. Tais políticas estão relacionadas ao avanço da Reforma Tributária, às necessidades de novas tecnologias e a programas governamentais de incentivos na busca da urgente criação de postos de trabalho qualificados no Brasil, além da importância da atividade industrial na agregação de valor em seus produtos e na geração de empregos com salários mais elevados.

Pois bem, o anúncio do “Nova Indústria Brasil (NIB)” por parte do governo federal, com investimentos da ordem de 300 bilhões de reais e o “Programa Mover (Mobilidade Verde e Inovação) que estabelece isenções aos investimentos com tecnologias não poluentes além, é claro, de um mercado bastante promissor e uma economia equilibrada com regras claras e compensatórias, a indústria automotiva no país tem anunciado investimentos bilionários no curto e médio prazo que, sem dúvida, é bastante animador para o conjunto da economia brasileira.

Marcas tais como Volkswagen, GM, Nissan, Hyundai, Toyota, Stellantis (Fiat, Jeep, RAM etc.), Great Wall, Renault, CAOA, BMW e BYD, cada uma com sua estratégia, prometem investimentos que chegam a 100 bilhões de reais até 2030. O montante deverá ser investido na instalação de novos parques industriais e na modernização dos já existentes focando, naturalmente, em novas tecnologias de propulsão, ou seja, automóveis que impactem cada vez menos o meio ambiente, movidos à eletricidade, hidrogênio, etanol ou tudo isso junto: os chamados híbridos. Também é importante ressaltar a expectativa de que a indústria automobilística brasileira volte a ser um polo exportador mundial de veículos automotores (o que também será de grande valia para a economia no país).

E o Mercado de Trabalho?

Dados da ANFAVEA (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), o setor emprega diretamente 120 mil pessoas no país. Se contarmos a cadeia produtiva apenas de fornecedores (autopeças e afins) o número de empregos ultrapassa os 600 mil postos de trabalho. O que é, sem dúvida, bastante significativo mesmo diante da enorme automação que o setor utiliza cada vez mais na busca de produtividade e competitividade.

Sabemos dos compromissos sociais do atual governo e também sabemos que a questão do emprego é uma de suas principais preocupações. As projeções dos programas e investimentos aqui tratados trazem consigo um número de, pelo menos, mais de um milhão de empregos diretos e indiretos em toda a cadeia produtiva que envolve o setor automotivo no país e os demais setores aos quais ele alimenta (Transporte, agronegócio etc.).

Aliás, a questão tecnológica é algo que devemos nos ater um pouco mais quando pensamos na criação de novos postos de trabalho. Se, por um lado, a indústria cada vez mais automatizada é fundamental para se manter em um mercado cada vez mais competitivo, por outro, a geração de empregos fica comprometida em função da própria tecnologia. Portanto, é preciso que estejamos atentos a isso. Somos totalmente a favor de programas de incentivo à indústria e achamos que o governo Lula está no caminho certo. No entanto, para nós, tais incentivos só fazem sentido na medida em gerem mais postos de trabalho e que sejam empregos de qualidade que proporcionem uma vida mais digna para os trabalhadores brasileiros.

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #07