Não é segredo para ninguém que a situação não está fácil nas empresas metalúrgicas e na economia nacional. Mas, o que fica cada vez mais escancarado é que o projeto do empresariado nacional ganha ritmo acelerado e apoio governamental. A crise econômica é um argumento e o desemprego a arma para deixar os trabalhadores sentindo-se acuados. E a audácia em nos desafiar é grande.

Na semana passada, o presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Robson Braga, deixou tudo isso muito evidente, ao dizer que o Brasil tem de estar “aberto a mudanças” e seguir exemplos como o da França, onde o presidente François Hollande ignorou as manifestações gigantescas dos últimos meses e fez uma reforma por decreto, que impõe jornada semanal de 80h.

Além disso, em resposta a pauta de reivindicações dos companheiros do ABC, os patrões dos grupos Sindicel, Siescomet, Sindratar e Sicetel (setores de trefilação de metais ferrosos e não ferrosos, esquadrias e refrigeração) entregaram uma contra-pauta, que inclui: congelamento de salários, sem reposição da inflação e aumento real, até 2018, e retirada de cláusulas sociais.

Querem nos fazer retroceder a níveis nunca vividos por muitos que hoje estão no mercado de trabalho. E tudo isso tem o apoio do governo golpista de Michel Temer, à serviço da Fiesp, CNI e de suas pautas anti-trabalhadores. Tudo isso agora reforçado pela eleição de Rodrigo Maia para a presidência da Câmara, com o compromisso público de impulsionar as reformas da Previdência e Trabalhista.

O desemprego e a crise são usados de forma terrorista com a intenção de nos fazer baixar a cabeça. Mas, o efeito tem de contrariar as intenções patronais: Temos de fortalecer a luta, fortalecer o Sindicato, as negociações dentro e fora da fábrica. Esse é o nosso caminho.

Jorge Nazareno
Presidente do Sindicato dos
Metalúrgicos de Osasco e Região
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