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Jorge Nazareno
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Direitos não são moeda de troca

Por Jorge Nazareno - Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região 07 jul 2016

opiniao-barra-jorgeA cada dia, o governo interino de Michel Temer mostra a que veio: para colocar em prática a agenda de desmonte das conquistas e da estrutura do Estado brasileiro. Cada dia é uma nova ameaça, a mais recente é contra a NR 12 e contra o trabalhador que recebe auxílio-doença.

A norma regulamentadora nº 12 (NR12) é resultado de um trabalho intenso de debate entre governo, trabalhadores e empresários. Mas, o lado empresarial parece esquecer que participou do debate e quer passar por cima da decisão, com uma agenda que busca minar a norma que impõe medidas de proteção em máquinas como as prensas, as quais estão entre as principais responsáveis por perda de membros e mortes na nossa categoria e no conjunto das empresas brasileiras.

Com isso, o interino Michel Temer busca pagar a conta do apoio da Fiesp e outras entidades empresariais para o golpe. Ou seja, querem que nós paguemos o “pato”. Não atacam a raiz do problema: a falta de fiscalização nos ambientes de trabalho. Não é de hoje que denunciamos o sucateamento das gerências do trabalho, a falta de pessoal para fiscalizar e as aberrações na investigação de acidentes.

Ao mesmo tempo, também cobramos a efetividade das ações regressivas como instrumento para ressarcir aos cofres públicos os gastos previdenciários provocados pela negligência com a saúde do trabalhador. Mas Temer prefere pagar a conta usando como moeda de troca os nossos direitos, não quer onerar as empresas. Não vamos aceitar. Companheiro e companheira, o momento é de luta porque as ameaças são muitas.

Jorge Nazareno
Presidente do Sindicato dos
Metalúrgicos de Osasco e Região
[email protected]

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #08