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Jorge Nazareno

Por admin | 14 maio 2013

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Até que sejamos livres.

Na última segunda-feira, 13 de maio, chegamos a 125 anos. de abolição da escravatura no Brasil. Parece muito, se contarmos somente em anos. Mas se pensarmos bem. É pouco. Não só pelo sofrimento de gerações causado pelos mandos e desmandos daqueles que se achavam superiores e, por isso, achavam que poderiam mandar naqueles a quem consideravam mercadorias, mas também porque ainda hoje a escravidão é presente e porque o preconceito racial perdura.

Os negros ainda são discriminados na hora de uma entrevista de emprego, na escola, em piadas de muito mau gosto. Ganham bem menos: 61,7% daquilo que era recebido por um branco, em 2011, de acordo com pesquisa mais recente elaborada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconomicos). 

Daí a necessidade de políticas afirmativas, principalmente para acesso às universidades de modo a garantir que ao menos parte dos danos causados por séculos de escravidão comecem a ser reparados.

Mas, ao mesmo tempo em que avançamos com políticas como essas, assistimos hoje também bolivianos e outros imigrantes serem resgatados de condições análogas à escravidão, que nos revelam que nossa sociedade e nosso Estado ainda precisam se desenvolver bastante para evitar que os erros do passado se reproduzam.

Portanto, não temos o que comemorar. É preciso lutar.

Jorge Nazareno
Presidente do Sindicato dos
Metalúrgicos de Osasco e Região
[email protected]

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #08