As categorias que estão em campanha salarial decidiram aumentar a pressão por acordos que beneficiam os trabalhadores com ganho real. Manifestações de protesto, atrasos na entrada dos turnos e greves não estão descartadas.

A elevação da inflação e juros altos reafirmam a certeza de que o aumento real é fundamental para a classe trabalhadora manter o poder de compra para fomentar o comércio, a produção industrial, a renda e o emprego.

Se já estamos passando por dificuldades tendo um Congresso com 83 parlamentares ligados ao movimento sindical, imagino como será no próximo ano quando teremos apenas 46 representantes no Parlamento para negociar a manutenção de direitos e a conquista das reivindicações que constam da pauta trabalhista.

Os parlamentares eleitos não têm compromisso com as lutas dos trabalhadores. A maioria do Congresso será formada por representantes dos militares, religiosos, ruralistas e empresários.

Estes políticos, por exemplo, vão se recusar a negociar a redução da jornada de trabalho, sem o corte nos salários, a revogação da lei que amplia a terceirização e a extinção da legislação do fator previdenciário.

Para nos contrapor à investida dos setores conservadores, teremos de intensificar o grau de organização e mobilização para manter direitos e ampliar conquistas.

Miguel Torres
Presidente da Força Sindical