Desde 1º de janeiro, o salário mínimo, no Brasil, passou a valer R$ 788,00, como definido pelo Decreto Presidencial 8.381, de 30 de dezembro de 2014. O novo piso resultou de um reajuste de 8,84% sobre os R$ 724,00 vigentes em 2014.

Este aumento corresponde à variação do PIB (Produto Interno Bruto) em 2013 – que ficou em 2,5% – acrescido da variação anual do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), calculado para 2014, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que acumulou alta de 6,23%. O valor resultante da aplicação da regra seria R$ 788,27, mas foi arredondado para R$ 788,00.  Com essa correção, desde 2002, o salário mínimo no Brasil teve elevação de 294,00%, o que representa aumento real de 76,54%, para uma inflação acumulada de 123,17%.

O novo valor do salário mínimo deve atingir cerca de 46,8 milhões de pessoas que têm seus vencimentos referenciados no salário mínimo, entre beneficiários da Previdência Social, empregados no serviço público ou em empresas privadas, trabalhadores por conta própria, domésticos, e empregadores.

O reajuste do salário mínimo deve resultar em incremento de renda na economia da ordem de R$ 38,4 bilhões. Outros R$ 20,7 bilhões devem ser arrecadados pela tributação sobre o consumo. Por outro lado, para a Previdência poderá resultar em custo adicional de aproximadamente R$ 18,3 bilhões.

CLEMENTE GANS LÚCIO
Sociólogo, diretor técnico do Dieese
(Departamento Intersindical de Estatísticas
e Estudos Socioeconomicos)