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Monica Veloso
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Por uma abolição real!

Por Monica Veloso - Vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região  13 maio 2022

Hoje, 13 de maio, completam-se 134 anos da abolição da escravatura. Alcançamos conquistas importantes, como a Lei de Cotas nas universidades e o reconhecimento do racismo como crime pelo Estado brasileiro. No entanto, a plena integração dos negros e negras na sociedade ainda é uma tarefa incompleta.

O Brasil foi o último país do continente americano a abolir a escravidão, e não concedeu nenhum tipo de auxílio para a população negra sobreviver com dignidade. O reflexo disso é visto até nos dias atuais. Ainda vivemos num país em que a população negra é criminalizada e marginalizada. A falta de oportunidades, o racismo, a desigualdade são prova disso.

No segundo trimestre de 2021, o rendimento médio de homens negros era de R$ 1.978, enquanto os não negros recebiam R$ 3.471, diferença de 43%. Já as mulheres negras ganhavam em média R$ 1.617, ante R$ 2.674 das não negras (-39,5%). Os dados constam na Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE, e foram reunidas pelo Dieese, em novembro de 2021 para marcar o Dia da Consciência Negra.

O levantamento também mostra que, do primeiro trimestre de 2020 ao segundo de 2021, o nível de ocupação caiu três vezes mais entre os homens negros (-6%) em relação aos homens (-2%). Entre as mulheres, essa queda foi, respectivamente, de 8% e 3%. Assim, conforme o estudo, de aproximadamente 8,9 milhões de pessoas que perderam ou deixaram de procurar emprego nesse período de pandemia, 6,3 milhões eram negros.

Acabar com esta desigualdade é uma das nossas bandeiras de luta. Para isso, a nossa batalha deve ser fortalecer a unidade da classe trabalhadora para conquistarmos de fato uma abolição real, com justiça e igualdade de oportunidade para todas e todos. Este é um trabalhado a longo prazo e que pode ser acelerado através do voto.

É preciso compreender que a questão racial não é um problema, mas a solução para o que consideramos um país desenvolvido de forma sustentável e equânime.

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #05