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Clemente Ganz
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Valorizando o Salário Mínimo

Por Clemente Ganz - Diretor técnico do Dieese 20 jan 2016

opiniao_barra_clemente-ganzAo longo da história, o salário mínimo passou por duros arrochos, durante grandes períodos. Em meados dos anos 1990, chegou a ter o poder de compra equivalente a 20% do maior valor, atingido nos anos 1950. A situação precisava mudar.

Em meados dos anos 2000, uma grande luta unitária do movimento sindical teve início. Coordenado pelas Centrais Sindicais, resultou em uma grande negociação com o governo, que gerou um acordo cujo resultado é a atual política de valorização do salário mínimo. Esse acordo foi transformado em lei, em 2011, renovado em 2015.

Com o reajuste para R$ 880,00, o aumento real do salário mínimo, desde 2002, ultrapassa 77%, o que beneficia mais de 48 milhões de trabalhadores e aposentados brasileiros.

A continuidade dessa política é um grande desafio. Primeiro, requer que o ambiente de crescimento econômico seja recuperado para que a valorização tenha eficácia. Segundo, a continuidade do crescimento do salário mínimo rebaterá em toda a economia, exigindo outras mudanças que, combinadas e articuladas, devem caminhar para consolidar um novo patamar da base salarial no país. A tarefa é difícil e visão de longo prazo, disposição para compromissos e vontade de celebrar acordos, elementos que o movimento sindical brasileiro demonstra ter nas lutas e negociações diárias.

CLEMENTE GANS LÚCIO

Sociólogo, diretor técnico do Dieese

(Departamento Intersindical de Estatísticas

e Estudos Socioeconomicos)

 

 

 

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #08