Começamos 2021 com a clareza e a necessidade de reforçar a organização e renovar a solidariedade da classe trabalhadora. Nas primeiras semanas deste ano, nos deparamos com a notícia da Ford de encerrar a produção no Brasil. Isto mesmo sendo, por anos, beneficiada com incentivo fiscal. Lucrou muito no nosso país e, agora, quer ir embora assim, sem se responsabilizar com os impactos que esta decisão trará.

E eles não serão poucos. Segundo o Dieese, as demissões de aproximadamente 5 mil trabalhadores podem levar ao fechamento de quase 120 mil postos de trabalho indireto. Na semana passada, em solidariedade aos trabalhadores da Ford, participamos de um ato e denunciamos a falta de política industrial, que acende cada vez mais o risco de desindustrialização do país e suas consequências sobre o emprego. Precisamos de desenvolvimento tecnológico, inovação, competitividade e modernização do parque industrial, combinados com emprego de qualidade. Mas o que podemos esperar de um governo que nega a ciência? De um governo que não tem política econômica e nem um planejamento para garantir a manutenção dos empregos? De um governo que não se importa com seus mortos?

Enquanto isso, o movimento sindical tem atuado cada vez mais com consciência e solidariedade. Além da campanha de arrecadação de recursos financeiros para a compra de oxigênio, as centrais sindicais vão ajudar o governo da Venezuela no envio de oxigênio a Manaus. Em outra frente, também negocia com a China os insumos para a fabricação no Brasil da vacina contra a covid-19.

Fica cada vez mais claro que este ano deverá ser marcado pela organização, pela consciência de classe e pela solidariedade. Os desafios são grandes, mas a vontade de enfrenta-los e vencê-los precisam ser maiores. Contamos com vocês!