Entre maio e junho, os indicadores que avaliam a atividade industrial no Brasil continuaram a apresentar variações negativas. A produção caiu -0,3% em junho. No ano, a queda é de -6,3%. O acumulado em 12 meses ficou em -5,0%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A indústria extrativa acumulou alta, até junho, de 9,4% (e ficou em -0,2% em junho), desempenho que contrasta com o ocorrido na indústria de transformação, cujos resultados ruins, pressionam para a retração na produção da indústria geral.

A redução na produção atingiu o mercado de trabalho. Em maio deste ano, o emprego industrial caiu 1% em relação a abril e 5,8% diante de maio do ano passado, conforme o IBGE. No ano, a queda foi de 5%.

O Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho e Emprego, também mostrou queda de 111.199 postos de trabalho em junho. No mês, o saldo de empregos na indústria de transformação foi negativo em cerca de 64 mil vínculos. No ano, até junho, este saldo foi negativo, ultrapassando 100 mil postos de trabalho. ar

A ociosidade está aumentando nas fábricas. O nível de utilização da capacidade instalada, segundo pesquisa da Fundação Getúlio Vargas, ficou estável entre junho e julho (78,2%), mas é o menor desde abril de 2009 (78,0%). O quadro é preocupante.

CLEMENTE GANS LÚCIO
Sociólogo, diretor técnico do Dieese
(Departamento Intersindical de Estatísticas
e Estudos Socioeconomicos)