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Monica Veloso
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Empoderar e construir uma sociedade com igualdade

Por Monica Veloso - Vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região  02 out 2018

As políticas sociais de inclusão, emancipação e autonomia, a ampliação de direitos, tratamento igual para homens e mulheres, qualidade de vida, são alguns dos desafios que se colocam diariamente na vida das mulheres. Quando falamos em cidadania, pensamos em um conjunto de direitos, que começa com o direito de participar das decisões que vão afetar a nossa vida. 

São os desafios do nosso cotidiano que acentuam a nossa pauta, nossas necessidades, e demandas como cidadãs, que precisam fundamentalmente de políticas públicas como base de apoio para nossa vida e de nossa família. São nossa preocupação diária, e estão associadas a saúde, a educação, ao transporte público, segurança e acesso ao trabalho.

Está mais que claro que a subrepresentação feminina nos espaços políticos refletem todas as carências que as mulheres vivem quando se trata de acessar aos serviços públicos, nos salta aos olhos a desproporção entre essa presença e participação nos espaços de poder e de representação política.

Temos vivido uma conjuntura em que o avanço do conservadorismo e da perda de direitos sociais e trabalhistas historicamente defendido pelas mulheres, desalinha toda construção da luta que temos pela promoção da igualdade de oportunidades e da justiça social. Uma desigualdade que é um gatilho para o aumento da violência e das discrepâncias sociais que aprofundam o desequilíbrio sócio econômico do país.

A realidade brasileira atual reflete o aumento da pobreza, o agravamento do desemprego, o subemprego e a informalidade, com um efeito devastador do empobrecimento do trabalho, que aprofunda a exclusão e todas as chagas que este processo trás. O trabalho precário retrata claramente a face das mulheres, das mulheres negras e dos jovens como a população mais afetada.

A violência e o feminicídio são reflexos dessas políticas equivocadas e desconectadas com a realidade da sociedade brasileira, em particular das mulheres, e quanto mais aprofundamos os recortes, mais exclusão veremos com a face dessa mulher periférica e pobre do Brasil.

Tudo isso expressa o quanto o debate político da igualdade, e o empoderamento feminino são fundamentais nos espaços e instâncias de tomada de decisão que definem as políticas públicas e que combatem as desigualdades e promovem o protagonismo social, econômico e político das mulheres. 

O fortalecimento da representatividade nos espaços de poder precisa estar associado a uma postura política de respeito, reconhecimento e valorização da diversidade e da diferença. Neste contexto, as mulheres têm um protagonismo crescente e determinante para estas mudanças.

Dar voz as mulheres é mais do que fundamental, tornou-se um desafio as brasileiras.

No dia 07 de outubro cerca de 147 milhões de eleitores, irão eleger 01 Presidente da República, 27 Governadores de Estado e Distrito Federal, 54 Senadores – serão 02 por estado, 513 Deputados e Deputadas federais e 1.059 Deputados e Deputadas Estaduais, no total serão 1.654 representantes parlamentares e chefes de governo, sem contar suplentes. 

 Amigas e Companheiras, somos mais de 77 milhões de eleitoras em números absolutos. Somos 52, 5% do eleitorado do país. Este gigantesco universo pode decidir uma eleição. Temos a palavra final! E minhas amigas não existe poder maior para uma cidadã como eu, como você.

Então eu pergunto: por que ainda estamos submetidas as mazelas e descasos com nossa pauta? Essa responsabilidade requer pensar e refletir sobre os candidatos e candidatas que querem nos representar; saber o que pensam, o que propõe, como trabalham, e o que defendem.

Nós nos identificamos com eles a partir do quê? 

O poder do Voto não está em torná-lo um instrumento de protesto, mas em um instrumento de consciência. Se o número de eleitoras que somos pode decidir uma eleição, é logico deduzirmos que poderíamos sim aumentar nossa representação nas Assembleias Legislativas, na Câmara Federal e no Executivo? O que nos impede? Qual a dificuldade de confiar nosso voto a uma mulher? O que reconhecemos como competência está nas relações de gênero ou na capacidade e competência individual de cada pessoa?

Demoramos para definir nosso voto, porque analisamos com muito mais critérios nossa escolha, compreender a força que isso nos dá, de fato pode determinar qual a sociedade que queremos viver e proporcionar a nossa família.

7 de outubro é DIA da MUDANÇA e ESTÁ EM nossas mãos ESTE PODER.

Teremos um novo Presidente da República, novos ou velhos representantes. O que esperamos é que todos eles e elas saibam reconhecer o valor que têm as mulheres brasileiras, desde a que em casa provê o cuidado de sua família, àquela que sai todos os dias para trabalhar e contribuir para o crescimento do nosso país.

Eu já fiz minha escolha e claro votarei em mulheres e homens que sei, tem compromissos com a reflexão que expresso e compartilho aqui com vocês. Minha decisão se baseia no projeto que compartilho com estes companheiros e companheiras; pessoas que sei que dedicam sua vida as lutas que eu acredito, e que considero importantes para que me representem em suas missões públicas. Como acompanho de muito perto e me mantenho informada, tenho condições de afiançar as minhas escolhas. Espero que você também possa escolher com esta convicção e certeza de que seu voto não tem preço, mas tem consequência. VOTE ! E participe da mudança que este ato cívico e cidadão trará para sua vida e para toda sociedade.

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #07