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Clemente Ganz
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A desigualdade no Brasil

Por Clemente Ganz - Diretor técnico do Dieese 05 jul 2016

opiniao_barra_clemente-ganzO Relatório da Distribuição Pessoal da Renda e da Riqueza da População Brasileira, do Ministério da Fazenda, faz uma radiografia da questão da desigualdade no Brasil.

O estudo analisa o imposto de renda de 26,5 milhões de pessoas, de um universo de 101 milhões que trabalharam no período. As 26,7 mil pessoas (0,1%) que estão no topo da pirâmide detêm 6% de toda a renda e riqueza dos que declararam o IR. Este grupo ganha 6.100% a mais do que a renda média dos que declararam imposto e têm uma riqueza (bens e direitos) 6.450% superior à média dos declarantes.

Considere, de um lado, que há 75 milhões de trabalhadores com renda muito baixa, que não pagam IR; e de outro, que os ricos distribuem riqueza e renda entre os CPFs da família, detêm ainda muito mais patrimônio e renda (lucro) como pessoas jurídicas e deixam parte da riqueza escondida nos paraísos fiscais. Ou seja, são ainda muito mais ricos. A desigualdade é brutal.

A desigualdade revelada nesse relatório é de obrigatório conhecimento, pois é essencial para fundamentar uma atuação incisiva para a tributação sobre renda, riqueza e dividendos.

Com o trabalho, produzimos muita renda e riqueza, que poderiam gerar bem-estar e qualidade de vida para todos. Mas o que acontece é essa desigualdade, que cria muitos dos problemas que vivenciamos. É fundamental atuar, intervir e transformar esse quadro perverso.

Clemente Ganz Lúcio
Diretor Técnico do DIEESE e
membro do CDES
(Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social)

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #11