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“Hoje eu só temo a morte da democracia”, diz Dilma em sua defesa no Senado

Por Auris Sousa | 29 ago 2016

A presidenta afastada Dilma Rousseff fez nesta segunda-feira, 29, a sua defesa no Senado contra o impeachment. “Hoje eu só temo a morte da democracia, pela qual muitos de nós, aqui neste plenário, lutamos com o melhor dos nossos esforços”, destacou durante o seu pronunciamento.

Presidenta afastada Dilma Rousseff faz sua defesa diante dos senadores

Presidenta afastada Dilma Rousseff faz sua defesa diante dos senadores

Ao todo, a presidenta afastada teve 30 minutos para se pronunciar. Forte, com voz firme, Dilma se defendeu dos ataques e reforçou que está sofrendo uma injustiça. “Exercendo a Presidência da República tenho honrado o compromisso com o meu país, com a Democracia, com o Estado de Direito. Tenho sido intransigente na defesa da honestidade na gestão da coisa pública. Por isso, diante das acusações que contra mim são dirigidas neste processo, não posso deixar de sentir, na boca, novamente, o gosto áspero e amargo da injustiça e do arbítrio”, ressaltou.

Dilma destacou também que as provas produzidas apresentadas no processo de impeachment deixam claro que as acusações dirigidas contra ela são meros pretextos, embasados por uma frágil retórica jurídica. Para fortalecer sua tese, apontou fatos que aconteceram nos últimos dias e que, segundo ela, evidenciaram “aspecto da trama que caracteriza este processo de impeachment.”

“O autor da representação junto ao Tribunal de Contas da União que motivou as acusações discutidas nesse processo, foi reconhecido como suspeito pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal. Soube-se ainda, pelo depoimento do auditor responsável pelo parecer técnico, que ele havia ajudado a elaborar a própria representação que auditou. Fica claro o vício da parcialidade, a trama, na construção das teses por eles defendidas”, explicou Dilma.

Clique aqui e confira a íntegra do discurso de Dilma do Senado

É pela democracia

A presidenta também reforçou que está em jogo no processo de impeachment não apenas o seu mandato, mas, sim, o respeito às urnas, à vontade soberana do povo brasileiro e à Constituição. “O que está em jogo são as conquistas dos últimos 13 anos: os ganhos da população, das pessoas mais pobres e da classe média; a proteção às crianças; os jovens chegando às universidades e às escolas técnicas; a valorização do salário mínimo; os médicos atendendo a população; a realização do sonho da casa própria”, destacou.

Dilma também fez duras críticas as medidas pretendidas pelo governo interino de Temer, como a reforma trabalhista e previdenciária. Por último fez um apelo aos senadores: “não aceitem um golpe que, em vez de solucionar, agravará a crise brasileira”.

Também destacou: “Confio que as senhoras senadoras e os senhores senadores farão justiça. Tenho a consciência tranquila. Não pratiquei nenhum crime de responsabilidade. As acusações dirigidas contra mim são injustas e descabidas. Cassar em definitivo meu mandato é como me submeter a uma pena de morte política.

 

 

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #07