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Greve de Osasco - 50 anos
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O braço forte das mulheres

Por Cristiane Alves | 07 mar 2018

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Há dois séculos, uma jovem ativista francesa escreveu que a mulher é a operária do operário, e apontou que a classe trabalhadora nunca alcançaria sua união enquanto homens e mulheres não lutassem lado a lado, em igualdade. Em 1968, a Greve de Osasco mostrava o poder dessa luta unificada sobre a qual Flora Tristan escrevera há 200 anos.

Havia mulheres operárias atuando nas fábricas de Osasco, na década de 60. Mas o machismo também se fazia presente: na maioria das vezes, a trabalhadora que casava era obrigada a fazer um acordo e sair da empresa. Sua luta, contudo, continuava. Quando a greve estourou e a repressão começou a se levantar, 500 operárias químicas da antiga Fósforos Granada cruzaram os braços em solidariedade e, após caminharem até o Sindicato dos Metalúrgicos, se dirigiram para a Cobrasma. Na fábrica, somaram forças com metalúrgicas e ativistas, muitas delas também esposas de trabalhadores, e passaram a construir uma necessária infraestrutura para a ocupação, com enfermaria e cozinha.

Essa “retaguarda da greve”, como alguns chamaram, surpreendeu aqueles que não acreditavam que as mulheres tivessem a força e a coragem de participar em um movimento tão ousado. Hoje, a organização feminina compõe a vanguarda da nossa luta. Prova disso é sua presença constante em todas as lutas da categoria e sua organização no Coletivo Mulher Sindmetal. Olhamos para o passado e temos uma certeza: se Flora pudesse nos ver, enxergaria em 1968 e em 2018 mulheres que caminham, com passos cada vez mais firmes, rumo ao seu lugar de protagonismo na luta da classe operária.

Mais informações sobre a participação das mulheres na Greve aqui.

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18