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Música e Trabalho: “Mama África”, de Chico César

Por Felipe | 01 mar 2019

Mulher, negra, mãe solteira, pobre, essa é a Mama África de Chico César, uma pessoa forte! Ela é como milhares de mulheres brasileiras, a mulher descendente de africanos, que trabalha em uma loja popular (Casas Bahia) e também faz o serviço de casa. E que, apesar da dupla jornada, tem a generosidade materna da Mama África. 

Empacotadeiras, atendentes, domésticas, uma mulher que só conta com sua própria capacidade de trabalho. Sabe-se que a mulher negra, e ainda por cima, mãe solteira, é a que está nos mais baixos níveis salariais. Mas, embora o mundo não seja gentil com a Mama África, a música não é uma lamúria. É uma música que demonstra força e suavidade a despeito das dificuldades que a vida possa apresentar.

Chico César em apresentação.

 

Mama África

(Compositor: Chico César/1994)

Intérprete: Chico Cesar

Mama África

A minha mãe

É mãe solteira

E tem que

Fazer mamadeira

Todo dia

Além de trabalhar

Como empacotadeira

Nas Casas Bahia…(2x)

Mama África, tem

Tanto o que fazer

Além de cuidar neném

Além de fazer denguim

Filhinho tem que entender

Mama África vai e vem

Mas não se afasta de você…

Mama África

A minha mãe

É mãe solteira

E tem que

Fazer mamadeira

Todo dia

Além de trabalhar

Como empacotadeira

Nas Casas Bahia…

Quando Mama sai de casa

Seus filhos de olodunzam

Rola o maior jazz

Mama tem calo nos pés

Mama precisa de paz…

Mama não quer brincar mais

Filhinho dá um tempo

É tanto contratempo

No ritmo de vida de mama…

Mama África

A minha mãe

É mãe solteira

E tem que

Fazer mamadeira

Todo dia

Além de trabalhar

Como empacotadeira

Nas Casas Bahia…(2x)

É do Senegal

Ser negão, Senegal…

Deve ser legal

Ser negão, Senegal…(3x)

Mama África

A minha mãe

É mãe solteira

E tem que

Fazer mamadeira

Todo o dia

Além de trabalhar

Como empacotadeira

Nas Casas Bahia…(2x)

Mama África

A minha mãe

Mama África

A minha mãe

Mama África…

Fonte: http://memoriasindical.com.br/

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #05