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Movimento estudantil derruba ministra da Educação no Paraguai

Por Auris Sousa | 19 maio 2016

Cai mais uma vez por terra a história de que jovens são alienados e despolitizados. Desta vez o exemplo de mobilização política vem do Paraguai. Desde o ano passado, estudantes paraguaios reivindicavam melhorias no almoço, no kit escolar, na infraestrutura de alguns colégios e na capacitação de professores, e em 11 de maio que conseguiram derrubar Marta Lafuente do cargo de ministra da Educação do país.

Secundaristas ocupam colégio público em Assunção

Secundaristas ocupam colégio público em Assunção

“Foi sempre uma mesa de diálogo com muitas promessas ao longo de um ano. Até que nos cansamos e demos a ela um prazo de 48h para que renunciasse ou fosse restituída por um nome indicado pelo presidente. Como isso não aconteceu, cumprimos o prometido, que era tomar colégios caso ela não renunciasse em 48h”, disse Sofía Burgos, de 15 anos, estudante do Colégio Nacional Vice Presidente Sánchez e membro da ONE (Organização Nacional Estudantil), em entrevista cedida a Carta Educação.

De acordo com a secundarista, as mobilizações começaram em 3 de maio, quando o  Colégio Nacional República Argentina foi ocupado, e foram até 11 de maio, quando obtiveram a assinatura do presidente Horacio Cartes e do novo ministro Enrique Riera, de que lutariam pelas reivindicações dos estudantes. “Mais de cinco colégios foram tomados na área do Departamento Central, onde fica a capital. Em outras regiões, mais escolas e estudantes apoiavam a causa”, explicou ela a Carta Educação.

 A ideia de ocupar as escolas, segundo a estudante, surgiu como medida de pressão. Foi a mesma estratégia usada pelos estudantes de São Paulo que conseguiram barrar no ano passado a reorganização escolar imposta pela Governo de Geraldo Alckmin, e que, neste ano, usaram o mesmo método na luta pelo direito à merenda digna.

Para a Carta Educação, a jovem disse que, assim como a luta dos estudantes brasileiros, os paraguaios lutam por um grande futuro. “Quando tudo começou não esperávamos receber tanto apoio, não sabíamos que tudo isso teria tanta repercussão. A História nos convocou a escrevê-la. E o que fizemos estará nos livros para o futuro: dia 3 de maio houve aqui uma revolução estudantil. Não nos importa morrer por essa luta, não importa se temos de deixar a vida, porque é algo que beneficiará todo o presente e futuro do Paraguai. O mesmo vejo com os companheiros brasileiros que estão lutando por seus direitos. Desejo muita força para todos nós.”

Clique aqui para acessar a entrevista na íntegra. [Foto: Arquivo Pessoal] 

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #05