FIQUE SÓCIO!

Notícias
COMPARTILHAR

Com greve, França enfrenta reforma semelhante à brasileira

Por Cristiane Alves | 19 set 2017

Os trabalhadores franceses se preparam para realizar nesta quinta-feira, 21, a segunda Jornada de Lutas contra a reforma trabalhista que o governo do presidente Emmanuel Macron pretende fazer por meio de um decreto, que pode entrar em vigor no dia seguinte, sem discussão com os trabalhadores e o Congresso.

Clemente alerta: há margem para frear precarização, com luta

É o segundo protesto em uma semana, liderado por centrais sindicais, como a CGT (Central Geral do Trabalho). A reforma traz uma série de mudanças muito semelhantes àquelas incluídas na reforma aprovada pelo governo Temer, como: facilita as demissões sem participação dos sindicatos, estabelece um teto para indenizações, flexibiliza contratações, sobrepõe o negociado sobre o legislado em empresas com até 50 trabalhadores.

As semelhanças não são mero acaso, são parte de um projeto do capital internacional. “O objetivo é criar no mundo uma flexibilização para que o custo do trabalho seja cada vez menor”, explica o diretor técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socieconomicos), Clemente Ganz Lúcio.

Sindicatos fracos – O enfraquecimento dos sindicatos é outro objetivo. “As reformas buscam diminuir aquilo que é mais forte. No México, alterou o poder de proteção da Justiça do Trabalho, como no Brasil também. Na França, você tem mudanças no papel dos sindicatos”, analisa Clemente.

Para Clemente, o exemplo francês mostra para nós brasileiros que o jogo ainda está em aberto. A reforma pode ser aplicada integralmente, pode ser revogada e também pode ser modificada. Tudo depende da força da mobilização. “A tendência que se tenha um movimento continuado de precarização. Nós vamos enfrentar um período longo de disputa, insegurança. Essa legislação vai estar em disputa”, resume.

Por isso, no Brasil, há pelo menos dois anos, os sindicatos vêm num crescente movimento contra retirada de direitos. A nossa Campanha Salarial de 2017 é mais um momento de fortalecer a resistência. [Foto: Geraldo Magela/Ag Senado]

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #07