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Primeiro estudo nacional sobre covid-19 mostra que a taxa de infecção é muito baixa

Por Rede Brasil Atual | 26 maio 2020

A primeira etapa da pesquisa nacional sobre a epidemia de coronavírus no Brasil indica que a taxa de contaminação ainda é muito baixa. Cerca de 1,4% da população de 90 municípios, um total de 760 mil pessoas, foram infectadas e apresentaram anticorpos para a doença, segundo o estudo Epicovid-19.

Os dados ainda são uma amostra da população, mas confirmam que a imunidade coletiva, chamada “de rebanho”, ainda está muito longe. As informações são do jornal Folha de S. Paulo. Em entrevista aos jornalistas Marilu Cabañas e Glauco Faria, da Rádio Brasil Atual, o médico infectologista Marcos Caseiro confirma que a taxa de contágio, além de “muitíssimo baixa”, coloca o país em uma situação cada vez “mais crítica”.

Mesmo com pequeno contingente da população que teve contato com o vírus, Brasil já tem mais de 23 mil mortes [Foto: TV Brasil/Reprodução]

Na prática, de acordo com o especialista, a pesquisa evidencia que há “um enorme contingente da população suscetível a pegar a infecção”, embora o Brasil já esteja perto de atingir a marca de 400 mil casos de covid-19. “Somos o segundo país com o maior número de mortes e avançando numa velocidade muito rápida. E com essa população e o pouco contato com esse vírus, se não ocorrer o isolamento social de uma maneira mais profunda, o que a gente vislumbra para os próximos dias e semanas é uma tragédia. Não há outra possibilidade de visão para o país”, ressalta o infectologista.

Única medida: o isolamento social

Financiado pelo Ministério da Saúde e aprovado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa, o estudo também indica que o número de infectados deve ser cerca de sete vezes o registrado nas estatísticas oficiais. O que torna o momento ainda mais inapropriado para que autoridades proponham a flexibilização das medidas de distanciamento social.

A grande dificuldade, de acordo com Caseiro, é que faltam testes em massa e o país não tem uma coordenação conjunta por parte do governo federal com estados e municípios.

“Por isso que a discussão hoje é a importância de um isolamento profundo, rápido. Para que você evite o contato entre as pessoas para impedir a perpetuação da transmissão. E um outro fator que agrega a essa complicação é que nós estamos entrando no inverno. Isso pode se caracterizar como um agravante”, pontua. “São muitas as circunstâncias que têm que ser levadas em conta, e acho que esse é o momento mais inapropriado para discutir a flexibilização ou o relaxamento das medidas de isolamento. Nós estamos na fase de aceleração da epidemia. A gente tem de acentuar o isolamento social como única medida possível nesse momento”, destaca o médico infectologista.

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #07