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Patrões do setor de autopeças querem acabar com estabilidade para acidentados

Por Cristiane Alves | 05 out 2017

Os patrões do setor de autopeças não perderam tempo, eles foram os primeiros a apresentarem uma contra-pauta que retira direitos fundamentais da nossa categoria. Uma delas é nada menos que uma das cláusulas mais históricas e fundamentais: a garantia de estabilidade para que as vítimas de acidentes de trabalho possam ter seu emprego garantido até a aposentadoria. Os patrões querem derrubar essa cláusula. Isso mesmo: eles não querem assumir nenhuma responsabilidade sobre os metalúrgicos que sofreram acidentes trabalhando. A contra-pauta foi apresentada aos dirigentes sindicais no dia 28 de setembro, e reafirmada em negociação no dia 3 de outubro.

Mas, não para por aí.  A contra-pauta patronal ainda pretende excluir o Sindicato da negociação, caso o trabalhador acidentado deseje sair da empresa, a negociação deverá ser entre ele e o patrão. Essa medida também aparece em outras cláusulas, como na hora de definir o valor do desconto por conta do auxílio alimentação e transporte. Isso demonstra o claro objetivo patronal de afastar seus representantes legítimos da negociação, facilitando o caminho para a retirada de direitos.

Há ainda outros absurdos, querem acabar com a licença amamentação e querem terceirizar toda produção, excluindo a cláusula sobre trabalho temporário. Conheça os demais itens da contra-pauta:

– Acabar com a estabilidade para vítimas de acidentes de trabalho, retirando também o Sindicato das negociações

– Reduzir o teto salarial, a ser aplicado em pequenas e micro-empresas;

– Aumentar o valor do desconto do auxílio alimentação e transporte, acima do valor do dissídio e sem negociar com o Sindicato;

– Tirar do trabalhador estudante a preferência nas seleções de pessoal e de conseguir estágio  na empresa onde já trabalha;

– Retirar o pagamento do auxílio-creche aos pais casados e aos afastados ou que estiverem com o contrato de trabalho suspenso;

– Retirar o pagamento de remuneração variável e benefícios aos trabalhadores aposentados por invalidez;

– Retirar o Sindicato da negociação sobre dispensa de trabalhador com vírus HIV;

– Cortar a licença para amamentação;

– Permitir a terceirização, com a retirada da cláusula que hoje proíbe mão de obra temporária na atividade fim;

– Proibir que acordos coletivos que tenham cláusulas mais favoráveis ao trabalhador tenham prioridade em relação a Convenção Coletiva.

São muitos absurdos e temos de responder a eles com unidade e luta. Para isso, é fundamental fortalecer o Sindicato, ficando sócio e participando O Sindicato convoca toda a categoria, em especial aqueles que trabalham no setor de autopeças, a lutar por seus direitos. “É a força da resistência nas fábricas que vai ter de dar o tom na mesa de negociação para que consigamos evitar tanto retrocesso”, convoca o presidente Jorge Nazareno. É fundamental, também, fortalecer o Sindicato para enfrentar a ofensiva patronal: fique sócio e participe da luta.

 

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18