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Ferraço se rende às imposições do Planalto e mantém texto da reforma trabalhista

Por Auris Sousa | 31 maio 2017

O relator da reforma trabalhista, o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), mostrou na terça-feira, 30, que se rendeu as imposições do Planalto. Mesmo sendo a favor de modificações do texto encaminhado pelo Câmara, Ferraço não as fez em parecer e sugeriu veto presidencial de alguns tópicos. A votação na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) está marcada para a próxima terça-feira, 6.

Durante a leitura de seu relatório, feita ontem, disse que o Executivo prometeu editar uma medida provisória para regular, em caráter complementar, a questão da jornada intermitente de trabalho, que permitir que um trabalhador fique à disposição do empregador por determinado período.

“É um absurdo o que estamos assistindo hoje no Senado da República. O relator Ricardo Ferraz não só falou, como escreveu no relatório, que houve um acordo entre o poder legislativo e o poder executivo de aprovar a reforma mesmo com esta quantidade de inconstitucionalidade, de absurdos, aprovar do jeito que está sugerindo vetos presidencial e edição de medidas provisórias”, avaliou a senadora Vanessa Grazziotin (PC do B), em entrevista a jornalistas.

A decisão, claro, que revoltou a oposição, que acusou Ferraço de abdicar da função de legislador e de dar voto de confiança a Temer em relação aos vetos. Ironia do destino ou não, o relatório será votado na CAE no mesmo dia em que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) vai julgar a cassação da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer, na próxima terça, 6.

A tensão então estará no ar durante a votação. Tendo em vista a sessão tumultuada do último dia 23, quando a oposição tentou impedir a leitura do relatório, que no fim, mesmo não tendo ocorrido, foi dada como lida pelo presidente da CAE, Tasso Jereissati (PSDB-CE).

Não é à toa que a oposição é contraria a reforma trabalhista. “É um projeto muito violento contra o povo trabalhador. É só para retirar direito, reduzir salários”, destacou o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), durante sessão no plenário da Casa.

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18