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Falta de oportunidade é a consequência mais grave do racismo, diz professor da USP

Por Auris Sousa | 22 mar 2013

A falta de oportunidade para a população negra é a consequência mais grave do racismo. É o que disse Dennis de Oliveira, professor da USP e membro do Núcleo de Pesquisas e Estudos Interdisciplinares sobre o Negro Brasileiro, durante o programa Visão Trabalhista em Debate que tratou de “Discriminação Racial”.

Ele explica que, por exemplo, os jovens negros que se esforçam e buscam uma oportunidade, encontram uma série de barreiras no mercado de trabalho. “Raramente vamos ver, por exemplo, meninas negras trabalhando como atendentes, geralmente elas atuam em funções que não tem visibilidade, como telemarketing ou funções internas”, apontou Oliveira.

Para o professor, o movimento sindical é fundamental para o enfrentamento da discriminação racial no mercado de trabalho. Isto porque, segundo ele, ela se expressa, principalmente, pelo desemprego – maior entre a população negra – e também pelos salários mais baixos. “No ponto de vista geral, isso significa um rebaixamento da massa salarial. Então, como o movimento sindical, é um movimento que luta pelos direitos dos trabalhadores, a discriminação salarial contra o trabalhador negro é uma pauta importante a ser enfrentada”, avaliou.

Dieese aponta a diferença

De acordo com estudo divulgado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), em 2011, a taxa desemprego era de 12,2% entre os negros e 9,6% entre os não negros. O estudo ainda mostra que os negros estão mais presentes na construção civil e serviços domésticos.

No período, o rendimento médio por hora de negros (R$ 6,28) representava 61,0% daquele recebido pelos não negros (R$ 10,30).

País racista – Dennis conta que o Brasil é um país racista. De acordo com ele, em 2001, o próprio governo brasileiro reconheceu o racismo como um problema nacional. “O racismo no Brasil é um fator histórico e o seu maior problema é não se considerar racista”.

De 2011 a 2012, o número de queixas de discriminação racial feitas à Ouvidoria da Seppir (Secretaria de Políticas e Promoção da Igualdade Racial) praticamente dobrou, de 219 em 2011 a 413 no ano passado, um aumento de 88%. Este ano, 78 denúncias foram registradas.

Produção do Sindicato – O programa Visão Trabalhista é produzido pelo Sindicato, apresentado pelo jornalista Eduardo Cordeiro, gravado, veiculado na TV Osasco, no canal 6 da Net, e disponível no site e no canal do youtube da nossa entidade. Tratando de vários outros assuntos, o programa é mais uma ferramenta utilizada pelo Sindicato para informar, esclarecer e formar os trabalhadores e sociedade.

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #07