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Pochmann: Reforma da Previdência reduzirá gasto social e levará país à estagnação

Por Agência Câmara | 30 mar 2017

Para o economista e professor da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) Marcio Pochmann, a reforma da Previdência (PEC 287/16) poderá levar o país à estagnação econômica. A afirmação foi feita na quarta-feira, 29, em audiência pública na comissão especial que analisa o texto enviado pelo governo.

“Quando você torna mais difícil a pessoa se aposentar, desestimula o trabalho formal, desestimula a contribuição para a Previdência”, disse

Pochmann afirmou que a reforma vai reduzir os gastos sociais do governo. Ele ressaltou que, como esses gastos representam 23% do PIB (Produto Interno Bruto) e têm efeito multiplicador sobre a economia, o crescimento será afetado e o país terá dificuldade de combater o desequilíbrio fiscal.

“Não há saída para o deficit com redução de gastos. Não me parece que a saída será a forma como está sendo encaminhada a reforma da Previdência, pois podemos ter um tiro no pé, na medida em que pode induzir a queda da arrecadação”, disse o economista, que presidiu o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) entre 2007 e 2012.

“Se viermos a comprometer o gasto social, o Brasil pode entrar num ciclo de longa duração de estagnação, ele não sai da recessão”, declarou Marcio Pochmann.

Um dos argumentos do governo para propor as mudanças na Previdência é reduzir o desequilíbrio fiscal da União.

Desemprego

Para Pochmann, a redução dos benefícios previdenciários e assistenciais vai forçar os trabalhadores a manterem-se empregados ou buscar novos empregos para complementar a renda, elevando a taxa de desemprego. A previsão dele é que a reforma poderá levar a taxa para um patamar de até 25%. Segundo o IBGE, a taxa atingiu 11,5% em 2016.

Com mais gente desempregada, a massa salarial da economia se reduzirá, diminuindo, também a arrecadação previdenciária. “Quando você torna mais difícil a pessoa se aposentar, desestimula o trabalho formal, desestimula a contribuição para a Previdência”, disse. Para o economista, o saldo da reforma será mais pobreza e menos crescimento. [Foto: Alex Ferreira/Câmara dos Deputados]

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #11