Estamos em Campanha Salarial e a perversidade do sistema econômico em que vivemos todos já sabem. Uma crise como essa torna-o ainda mais cruel e injusto com os trabalhadores na medida em que se tornam o elo mais fraco diante do medo instaurado pelo desemprego.

Do governo pouco ou nada podemos esperar. Tornou-se incapaz de produzir qualquer alternativa para uma retomada do crescimento econômico à curto ou médio prazo. Sustentou políticas públicas durante mais de uma década através de incentivos fiscais doados às elites da cadeia produtiva do país até produzir déficits irrecuperáveis que não sejam através de novos impostos.

E os grandes empresários? Bom, estes além de controlarem a política no país, acostumaram-se a viver da tutela do Estado e de incentivos que os fazem, agora, retribuir à sociedade demitindo seus trabalhadores.

Então voltamos à Campanha Salarial. As negociações se desenrolam e as dificuldades de conseguirmos ao menos as perdas salariais são imensas. A única saída para isso tudo realmente está nas mãos dos trabalhadores. Mobilização, conscientização e ação nas ruas, portas de fábricas ou quaisquer locais de trabalho, serão a única maneira de colocarmos algum rumo positivo para uma crise que não fomos nós que criamos. Não há mais o que esperar.

Claudio Magrão, é presidente da Federação

dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo