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Trabalho intermitente paga mal e gera poucos empregos, analisa Dieese

Por Cristiane Alves | 22 jan 2020

O trabalho intermitente gerou 87 mil postos de trabalho em 2018; porém, quando se olha de perto essas vagas, elas representam azedos abacaxis do que oportunidades de fato. É o que revela a análise do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos), com base nos dados da Rais (Relação Anual de Informações Sociais), publicada no boletim Emprego em Pauta.

Dos contratos intermitentes de 2018, 62 mil duraram pelo menos até o final daquele ano, o que equivalia a apenas 0,13% do estoque de vínculos ativos. A estimativa é que em 2019 houvesse 138 mil contratos intermitentes em novembro de 2019 ou 0,29% do total de vínculos. O contrato intermitente é aquele em que o trabalhador fica à disposição da empresa para trabalhar e ganha de maneira proporcional ao período trabalhado.

 

Além de não representar um crescimento que resolva o problema do desemprego, como seus defensores alegavam na época da aprovação da reforma trabalhista, os contratos intermitentes deixam o trabalhador “de molho” à espera de ser chamado, mas isso nem sempre acontece.

Entre os vínculos admitidos em 2018, 11% não tiveram renda. Ou seja, um em cada 10

contratos intermitentes não geraram renda alguma para o trabalhador, ficaram engavetados.

 

Para cada três meses de trabalho, os vínculos intermitentes ficaram dois meses na gaveta.

Ao final de 2018, a remuneração mensal média paga para cada vínculo intermitente foi de

R$ 763 – contando os meses a partir da admissão, trabalhados ou não. Esse valor equivalia a cerca

de 80% do valor do salário mínimo. Esse é o tipo de emprego que a reforma trabalhista vem gerando. Os dados mostram a falsidade dos argumentos usados para defender a retirada de direitos e deixam claro que este não é o caminho para que 12 milhões de pessoas voltem a ter emprego no Brasil.

 

 

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Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18