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Clemente Ganz
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Petróleo é nosso, mas parece que não

Por Clemente Ganz - Diretor técnico do Dieese 29 maio 2018

O brasileiro vem pagando preço de gasolina como se vivesse em um país que não produz petróleo. Há razões externas para isso, como alta do dólar, conflitos no Oriente Médio, acordo entre Arábia Saudita e Rússia para recompor preços dos barris na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), mas existem também fortes motivos internos.

Para aumentar a receita fiscal, o governo subiu os impostos sobre os combustíveis, de 9% para 14%; enquanto isso, a direção da Petrobras adotou uma política de paridade de preços nas refinarias em relação ao mercado internacional e reduziu a produção, colocando à venda quatro usinas no Brasil e abrindo espaço para o setor privado e o capital estrangeiro no país. Ao mesmo tempo, ampliou a exportação de petróleo cru e diminuiu o uso das refinarias próprias. Com isso, o país passou a comprar caro, no mercado internacional, um bem que poderia produzir internamente.

Para mudar a situação, o governo precisa desistir dessa política de paridade internacional e realizar a produção de petróleo e refino no país. E também ampliar o volume de petróleo depurado em refinarias próprias, que hoje só usam 68% da capacidade. Cortar os impostos, como o governo prometeu fazer para acabar com a mobilização que envolve caminhoneiros, só faz o custo recair de novo sobre a população. O petróleo é nosso e a Petrobras é uma empresa pública, que dever servir à sociedade brasileira.

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #12