O Brasil é uma das maiores economias do mundo, com riqueza natural abundante, e, de outro lado, estrutura industrial diversificada, robustos setores financeiro e agropecuário, complexa rede de comércio e serviços.

Nos últimos anos, na contramão dos países centrais, que concentram renda e aumentam as desigualdades, realizou um vigoroso processo de redução das diferenças sociais por meio de políticas distributivas para os mais pobres, fortaleceu os sistemas de proteção social, gerou milhões de empregos e fez crescer os salários. Esse movimento trouxe milhões de pessoas para a nova classe trabalhadora, gerando cidadania econômica e ampliando o consumo de massa, que favoreceu a produção de bens e serviços.

O desafio agora é aprofundar a estratégia de crescimento, sustentada pela distribuição de renda, pela geração de empregos com mais qualidade, com a ampliação da proteção social, recolocando a indústria no centro no desenvolvimento, para agregar valor na agropecuária, nos minérios, inclusive no petróleo e gás, na diversidade de biofármacos ou para gerar serviços urbanos.

O Brasil, diferente do modelo neoliberal, dominado pelo mercado que produz desigualdade, tem mostrado que o Estado desempenha papel estratégico na promoção de igualdade. Assim deve trilhar o caminho do desenvolvimento.

CLEMENTE GANS LÚCIO
Sociólogo, diretor técnico do Dieese
(Departamento Intersindical de Estatísticas
e Estudos Socioeconomicos)