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Metalúrgicos sofrem com calor

Por Auris Sousa | 11 fev 2014

Em alusão ao fim do calor insuportável, trabalhadores espantam demônio da fábrica

Recordes de temperatura, poucas chuvas, baixa umidade do ar, fábrica que virou um verdadeiro forno e uniformes que não combinam nada com este cenário. Era nesta situação que se encontravam os metalúrgicos da Rossini Murta, em Santana de Parnaíba, quando o Sindicato e a Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) uniram forças e conquistaram avanços.

Após a mobilização dos cipeiros e demais trabalhadores, com o apoio do Sindicato, a empresa atendeu as reivindicações dos companheiros e está adequando o sistema de ventilação da fábrica, que será composto por quatro exaustores e seis umidificadores. Segundo, Milton Marques, técnico de manutenção da Rossini, a medida atende a NR-15 (Norma Regulamentadora).

“Está tudo conforme a legislação. Realizamos um estudo climático e depois escolhemos o sistema que melhor atendesse”, explicou Marques. Ele conta que a nova medida, além de refrescar o ambiente de trabalho, vai evitar a entrada de insetos, bactérias e ainda está dentro dos limites de tolerância para ruído.

Os custos gerados pelas adequações não foram divulgados pela empresa. No entanto, a responsável pelo RH (Recursos Humanos) da Rossini, Janete Pereira Lopes, informa que o custo-benefício vale a pena. “Vai colaborar com a qualidade de vida dos trabalhadores, que vão realizar as suas atividades com mais conforto térmico, o que vai gerar mais motivação”.

Adeus ao Forno – As adequações ainda não chegaram ao fim, mas as melhorias já começaram a ser percebidas. “Melhorou bastante, mas [a ventilação] ainda não chega a todos. A Cipa vai ficar de olho, mas sem dúvidas é uma grande conquista”, enfatiza a cipeira Tiana Faria, a única mulher na produção da Rossini.

Conquista que enche o cipeiro José Carlos de orgulho. “Fomos bem atuantes, graças ao respaldo do Sindicato. Antes das alterações estava muito complicado, o calor estava insuportável, teve gente que até passou mal”, lembra o companheiro.

Verão com água quente? O forte calor também atormentou os metalúrgicos da Protec, em Vargem Grande Paulista. Além de ter que suportar as altas temperaturas, os companheiros encontram outro inconveniente no local de trabalho: água quente no bebedouro.

“Só tem água fresca no prédio e no estoque. Na produção mesmo só tem meta. O calor está insuportável e a água quente. A gente [da produção] fica suando, pingando o dia todo e quando vamos beber água ela está quente”, desaba um companheiro da Protec.

Nos últimos dias, após denuncia de metalúrgicos e metalúrgicas, o Sindicato compareceu na empresa e junto dos trabalhadores exigiu água potável e fresca. “Neste calor, a tendência é o trabalhador sentir ainda mais sede. A temperatura da água gerou desconforto entre os trabalhadores, mas a empresa já se comprometeu a regularizá-la e deixá-la em condição de uso”, explicou o líder sindical José Roberto.

Água é essencial – Além da legislação, a Convenção Coletiva da categoria também assegura ao trabalhador o direito a água potável. Logo, um possível racionamento ou o nível dos reservatórios da cidade não são desculpas para deixar o trabalhador sem água. Além disso, com pouco liquido nos reservatórios e muita química para tratar a água, ela fica mais grossa e esbranquiçada, com gosto e cheiro ruins. Aí consumo é quase impossível, independente da temperatura.

Saiba mais: Calor ameaça a saúde do trabalhador

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18