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Metalúrgicos da Etna Steel protestam contra calote em frente ao Fórum

Por Auris Sousa | 26 jan 2017

Trabalhadores cobram o pagamento do 13º, os abonos de 2015 e 2016, e o deposito do FGTS, em atraso há cerca de três anos

Protesto começou em frente ao Fórum por volta das 10h e durou quase cinco horas

Protesto começou em frente ao Fórum por volta das 10h e durou quase cinco horas

Com uma forte mobilização, os metalúrgicos da Etna Steel conseguiram arrancar um prazo do Fórum de Osasco, que vai se posicionar até segunda-feira, 30, sobre a situação de falência e indisponibilidade dos bens da empresa.

Com faixas, cartazes, o grupo pediu por “justiça, justiça, justiça”. Os trabalhadores estão há quatro meses sem receber os salários.

O protesto começou em frente ao Fórum por volta das 10h e durou quase cinco horas. Além dos salários, os trabalhadores cobram o pagamento do 13º, os abonos de 2015 e 2016, e o deposito do FGTS, em atraso há cerca de três anos, quando a empresa começou a dar sinais de crise financeira.

Os manifestantes consideram que a Etna Steel já não tem condições de seguir em frente, visto que, no momento, a fábrica está até mesmo sem energia.

“A nossa luta é sempre pela manutenção dos postos de trabalho, mas, neste caso, se a Justiça não der uma solução, a administração pode retirar o maquinário, e deixar os trabalhadores sem possibilidades de receber os salários em atraso, e tudo aquilo que têm direito”, explicou o diretor Gilberto Almazan.

As contas não param

Enquanto a empresa se omite, os trabalhadores recebem contas para pagar e recorrem ao trabalho informal para quitar, ao menos, uma parte das dívidas.

“Não podemos arrumar outro emprego, porque ainda estamos registrados pela Etna Steel, por isso queremos uma solução da Justiça para seguirmos a nossa vida”, disse um companheiro que trabalha há 12 anos na empresa. Agora, ele vende água no semáforo para pagar as contas.

Outro companheiro, que trabalha há seis anos na empresa, conseguiu um “bico” de serralheiro e se acidentou. “Sorte que não foi nada mais grave, mas como seria, se tivesse acontecido algo pior? ”, mostrou a mão que, agora, tem uma cicatriz.

Um outro trabalhador também tem feito “bicos”, que ainda não têm sido suficientes para pagar todas as contas. “Pago o essencial, meu nome já está sujo, mas a culpa não é minha. Já entrei com as papeladas, para me aposentar, aí as coisas melhoram um pouco”, contou ele, que trabalha há dez anos na Etna.

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18