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Metalúrgicos conseguem preservar Convenção Coletiva para Autopeças e Fundição

Por Auris Sousa | 16 nov 2017

Os trabalhadores de empresas dos setores de Autopeças (Grupo 3) e de Fundição começaram a semana com a certeza de que podem contar com as garantias previstas na Convenção Coletiva. Os sindicatos patronais destes setores foram os únicos a apresentarem proposta que contemplasse as bases definidas pela pauta de reivindicação da categoria: renovação da Convenção Coletiva e reajuste salarial.

Por isso, as propostas foram aprovadas pelos metalúrgicos presentes na assembleia de sábado, 11, e elas serão parâmetro para conduzir as negociações com os demais grupos, que insistem em querer rebaixar nossos direitos.

Proteção contra a reformaAlém da renovação da Convenção por mais um ano, o acordo aprovado inclui cláusulas de salvaguarda em relação a aplicação da reforma trabalhista, como: proteção para que a gestante não trabalhe em local insalubre, obrigatoriedade de as homologações acontecerem no Sindicato, proibição a terceirização de atividades fins, entre outras:

Além disso, há o compromisso de retomar negociações, a partir de março de 2018, para tratar de questões da reforma trabalhista que entrem em conflito com a Convenção Coletiva. “Isso pode nos proteger melhor, até vermos quais serão os pontos da lei que as empresas vão querer aplicar imediatamente”, explicou o secretário-geral, Gilberto Almazan.

Gilberto, que é um dos nossos negociadores na Campanha Salarial, lembrou o conjunto de empecilhos que os patrões colocaram com o objetivo de rebaixar direitos. Eles pretendiam derrubar a cláusula que garante estabilidade para vítimas de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, retardar a negociação para obter acordo após a entrada em vigor da reforma. Além disso, eles não queriam garantir a data-base e reajustar salários.

Outro problema foi a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), reforçada pela reforma trabalhista, de acabar com a ultratividade. Com isso, os direitos da Convenção Coletiva estavam suspensos, enquanto não fosse fechado o acordo deste ano.

ReajusteO acordo com os setores de Autopeças e Fundição também inclui a reposição das perdas com a inflação no período da nossa data-base, que ficou em 1,8%, que deverá ser aplicado aos salários a partir de julho (no caso de Fundição) e agosto (para autopeças). Até lá, o trabalhador irá receber 15% de abono, em três parcelas. Caso a empresa opte por aplicar o reajuste retroativo a 1º de novembro, ela não precisará pagar os abonos. As verbas por conta de férias e demissão também devem ser corrigidas.

A assembleia também aprovou uma contribuição de 1%, a ser paga pelos trabalhadores para a manutenção da luta do Sindicato, nos meses em que receberam o abono.

 

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18