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Eduardo Cunha interfere e ameaça autonomia da bancada feminina

Por Auris Sousa | 05 mar 2015

Pela primeira vez na história da bancada feminina da Câmara dos Deputados, o presidente da Casa interferiu na maneira como deve ser feita a escolha das integrantes da Secretaria da Mulher. Na eleição, marcada para a próxima quarta-feira, 11, a distribuição de cargos obedecerá à quantidade de mulheres integrantes de cada bloco parlamentar.

Jô Moraes (de pé): a distribuição de cargos obedecerá à quantidade de mulheres integrantes de cada bloco parlamentar

De acordo com a nova dinâmica, o bloco majoritário (formado pelo PMDB com 19 deputadas) ficará com 4 vagas das 8 vagas da Secretaria da Mulher. Os dois outros blocos formados pelo PT e PSDB, que reúnem 31 deputadas, terão direito a 2 vagas cada um. O PDT e o PTC são os únicos partidos fora da disputa, por não terem direito a nenhuma das 8 vagas, de acordo com a proporcionalidade partidária.

Regras de votação
Para serem eleitas em primeiro turno, as candidatas aos cargos de procuradora e coordenadora-geral precisam obter a maioria absoluta de votos da bancada feminina, composta por 51 deputadas. Se isso não ocorrer, a disputa vai para o segundo turno e será eleita a candidata com o maior número de votos.

As deputadas podem lançar candidaturas avulsas – que consiste na candidata que concorre ao pleito eleitoral sem nenhum vínculo partidário-, no entanto esse direito foi limitado pela nova dinâmica de votação. “Antes havia a possibilidade de candidaturas avulsas em todos os oito cargos, tanto de procuradoria e coordenadorias, quanto das adjuntas respectivas, neste momento nós recebemos uma decisão da Presidência onde as candidaturas avulsas só podem ser aquelas que integram o partido ou bloco que tem direito a vaga”, afirmou a atual coordenadora da bancada feminina, deputada Jô Morais.

Para ela, as novas regras “mudam radicalmente” o processo eleitoral da Secretaria da Mulher. “Isso muda radicalmente porque em outras eleições, particularmente a primeira que se deu sob a presidência de Henrique Eduardo Alves, a própria bancada estabeleceu sua dinâmica e sua norma e construiu um consenso dentro das diferenças, só não teve candidaturas avulsas para coordenadoria da mulher, mas teve candidaturas avulsas para todos os demais sete cargos”, argumentou. [Fonte e Foto: Agência Câmara]

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #07