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Coronel nega, mas metalúrgico sustenta que Volks contribuiu com a ditadura

Por Auris Sousa | 30 jun 2016

“A gente sentia que estava sendo seguido, observado, pela segurança do setor”, denunciou o ex-funcionário da Volkswagen, João Batista Lemos, em depoimento realizado na quinta-feira, 23, para o MPF (Ministério Público Federal) em São Paulo, que investiga se a empresa alemã cometeu crimes durante a ditadura civil-militar no país. O companheiro também disse que alguns trabalhadores foram presos dentro fábrica por policiais do DOPS.

Diante de vítimas , coronel da VW negou prisões e agressões

Diante de vítimas , coronel da VW negou prisões e agressões

No mesmo dia, o MPF ouviu o coronel Adhemar Rudge, que passou a ser Chefe de Segurança Industrial e Transporte da Volks em 1969 e ficou até 1991. Ele negou todas acusações sobre perseguição aos sindicalistas e trabalhadores da empresa. “Não, não. Eu não tinha relações com os sindicatos. O pessoal que era do sindicato, empregado da fábrica, eles tinham livre acesso, tinham liberdade de andar lá dentro”, disse.

Questionado sobre comunicações trocadas entre a empresa e as forças militares em relação aos trabalhadores, Rudge disse desconhecer. “Não recebi e nem fazia comunicação” ao DOPS (Departamento de Ordem Política e Social). “O nosso setor não era político, era só para tomar conta do patrimônio”.

Rudge negou inclusive um documento assinado por ele – encontrado no acervo no Dops. “Essa aqui não é a minha assinatura, essa rubrica não é minha não. O nome é, mas a rubrica não”. Ressaltou que “ninguém tem autorização para assinar com o meu nome”.

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18