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Opinião
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Conjuntura econômica e o golpe

Por Auris Sousa | 17 mar 2017

A via golpista estabelecida para apear Dilma Rousseff do poder, é uma via de mão dupla. Te dou o governo de mão beijada e você me dá em troca todas as medidas que a bula conservadora prescreve: reforma da previdência, teto, nova legislação trabalhista, nova lei do pré-sal, aceleramento das terceirizações, desmantelamento da Petrobras, etc. O programa radical de quebra dos direitos trabalhistas, tão duramente conquistados, não teria a mínima condição de passar se colocado em votação popular.

O que está por trás deste cardápio de medidas apresentadas a toque de caixa é a visão de que para retomar o crescimento seria necessária uma nova rodada de acumulação de capital. Isto é, criar condições para que os lucros dos empresários cresçam incentivando a retomada dos investimentos. Por isso todas as medidas para favorecer o capital. Nem pensar em, por exemplo, taxar as grandes fortunas.   Este é o papel destinado ao governo Temer que o segue religiosamente.

Qual é o nó da questão? Não basta achatar os salários e aumentar a taxa de lucro, é necessário ter gente para comprar o que é produzido. Caso isto não aconteça, o capitalista não consegue realizar sua produção, seu lucro. Isto sem falar no enorme custo social de todas estas medidas, advindas da brutal mudança na regra do jogo.

Antônio Carlos Roxo, doutor pela USP,

analista do Seade, professor (em greve) do Unifieo.

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #06