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Movimento sindical se despede de Ibrahin

Por Auris Sousa | 03 maio 2013

O corpo do sindicalista José Ibrahin, que morreu na madrugada de ontem, está sendo velado nesta sexta-feira, 3, na Assembleia Legislativa de São Paulo. O velório acontecerá por volta das 17h, no cemitério Bela Vista, em Osasco.

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Uma vida de luta

De fala mansa e pulso firme, Ibrahim ingressou no setor metalúrgico aos 14 anos de idade. Ainda jovem, já se mostrava politizado e seu poder de liderança. “Eu comecei a trabalhar na Cobrasma ainda menor, com 14 anos, em 1961, mas já entrei participando porque eu era politizado, era secundarista e já tinha um certo nível de conhecimento, de literatura marxista e de fazer política”, informou ao especial “Legenda do movimento operário”, feito pelo Blog Zedirceu.

Em 1968, aos 20 anos de idade, liderou a primeira grande greve após o golpe militar de 64, a frente do nosso Sindicato. Neste período, os trabalhadores brasileiros enfrentavam o arrocho salarial, falta de liberdade política e repressão. Com a greve, o jovem sindicalista parou diversas metalúrgicas de Osasco. “Nós queríamos recolocar o nosso Sindicato numa posição de luta em defesa dos direitos dos trabalhadores, que passava fundamentalmente pelas liberdades democráticas, pelos direitos sindicais”, explicou Ibrahin em entrevista para o Visão Trabalhista.

Membro da VPR (Vanguarda Popular Revolucionária), Ibrahim foi um dos 15 presos políticos trocados pelo embaixador dos Estados Unidos Charles Burke Elbrick, em setembro de 1969. Preso e torturado na época do regime militar, ele viveu dez anos no exílio.

Quando retornou ao país, ajudou a fundar o PT, em 1980. Mais tarde também ajudou a fundar a CUT (Central Única dos Trabalhadores) e a Força Sindical. Nos últimos anos, esteve a frente da Secretaria de Formação Política da UGT (União Geral dos Trabalhadores).

Hoje, Ibrahin deixa seu exemplo de militante, que lutou contra as regras impostas pela ditadura militar e pela organização dos trabalhadores para garantir e ampliar seus direitos.

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #11