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Diretoria do Sindmetal
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É preciso lembrar para resistir

Por Diretoria do Sindmetal - Opinião do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região 31 mar 2020

Há 56 anos, o golpe militar derrubou o presidente João Goulart e jogou o Brasil em uma ditadura que deixou profundas marcas na sociedade. Foram 21 anos de censura e perseguição política, que deixou muitos desaparecidos, mortos, torturados e exilados. Muitos deles metalúrgicos e estudantes da região de Osasco, inclusive diretores deste Sindicato.

Ditadura não se comemora. É preciso lembrar deste período para resistir. Para que ele nunca mais aconteça. Hoje, o Brasil volta a sentir o gosto do fascismo e do autoritarismo pela voz do atual Presidente da República, que é um defensor declarado da ditadura.

Diferente do que alguns defende, para além do aspecto político, o Brasil do regime militar era um país atrasado, com alta prevalência de miséria, fome e com péssimos índices de desenvolvimento social.

A saúde era uma lastima. Segundo o antropólogo Luiz Eduardo Soares, entre 1972 e 76, em todo o Brasil, morreram 1,4 milhão de crianças por causas associadas à desnutrição e à falta de saneamento, como difteria, coqueluche, sarampo, poliomielite e doenças diarreicas.

O governo militar mascarava, censurava a situação. Em 1974, o noticiário sobre uma epidemia de meningite em São Paulo, por exemplo, foi censurado. Esconder a má situação para promover uma imagem fictícia do Brasil também era prática comum em relatórios oficiais.

Situação que não está tão longe do que vivenciamos hoje, em tempos de covid-19, doença causada pelo coronavírus. Embora esta doença já tenha levado a morte milhares de pessoas por todo mundo, Bolsonaro insiste em minimizá-la a uma simples “gripezinha”.

Quando a gente pensa que nada poderia ser pior do que minimizar o perigo que a população brasileira corre, Bolsonaro vai além, não só caçoa da pandemia, como se aproveita dela para enfraquecer as instituições. Ao mesmo tempo que coloca em risco a saúde de ainda mais pessoas pelo vírus, ao incentivar participações em atos e defender, inclusive, o retorno normal das aulas e do funcionamento de todo comércio.

Sem dúvidas, esse não é o país que queremos. Por isso, a diretoria deste Sindicato repudia qualquer forma de autoritarismo, e toda a história de repressão, perseguição e de violência que o golpe de 64 representou. Também reafirmamos nossa força em defesa da democracia e enfatizamos: é preciso lembrar para resistir e para que nunca mais aconteça. Quem puder, fique em casa!

 

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #28