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Violência silencia mais uma mulher

Por Auris Sousa | 05 fev 2016

Não saiu na grande imprensa. Mas Francisca das Chagas Silva, de 34 anos, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Miranda do Norte, no Maranhão, foi calada na quarta-feira, 3. Foi silenciada da pior forma que se pode silenciar alguém. A companheira foi assassinada e com requintes de extrema crueldade.

Francisca foi morta brutalmente

Francisca foi morta brutalmente

Francisca, que participava de várias lutas pelos direitos das mulheres, sentiu na pele todo o mal que combateu por anos. Seu corpo, seu principal instrumento de luta, foi agredido, foi tido como mais um exemplo de violência contra a mulher. Foi encontrada já sem vida, sem roupas, de bruços na lama, com sinais de estupro, estrangulamento e diversas perfurações no corpo.

A diretora Gleides Sodré participou de algumas manifestações em que Francisca esteve presente, inclusive na Marcha das Margaridas que passou por Osasco, e lamenta o ocorrido. “É uma grande perda, que não será esquecida. Por Francisca e por tantas outras vítimas a nossa luta contra a violência e a intolerância ganha ainda mais força”, ressalta.

O mapa da violência de 2015 mostra que mulheres jovens e negras, como Francisca, são as principais vítimas de mortes violentas no Brasil. Somente entre os anos de 2003 e 2013, a morte destas mulheres aumentou 54,2%, ao passar de 1.864 para 2.875 vítimas.

Francisca lutava para que essa realidade fosse modificada. Por isso que o silêncio de Francisca não será ouvido, e servirá para dar ainda mais voz para a luta das mulheres. “Reafirmando a pauta da Marcha das Margaridas contra violência, companheiras e companheiros que fazem o Movimento Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR), pressionam o poder público e o judiciário brasileiro, por uma solução mais rápida desse e de outros crimes que vêm ceifando covardemente a vida das mulheres, e que permanecem impunes.”, destaca a Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), em nota de repúdio.  

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #05