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Trabalhadores sofrem até hoje com as heranças da ditadura

Por Auris Sousa | 12 jun 2015

Durante ato público em São Paulo, que lembrou as vítimas da ditadura e pediu a responsabilização das empresas cúmplices do governo militar, trabalhadores reforçaram que a classe trabalhadora sofre até hoje com as heranças da ditadura.

Eu me considero preso e torturado até hoje, diz Lucio Bellentani, ex-metalúrgico da Volkswagen, preso e torturado no período da ditadura

“A classe trabalhadora foi uma das que mais sofreu e continua sofrendo até hoje. Não pense os companheiros, que a repressão aconteceu somente no período ditatorial, ela continua até hoje”, ressaltou Lucio Bellentani, ex-metalúrgico da Volkswagen.

O companheiro diz isso frente a repressão que ainda ocorrem em muitas empresas. “Até hoje os sindicatos e trabalhadores ainda passam por retaliações por parte das empresas. Por esse motivo, o ato reivindica que a presidente Dilma Rousseff crie uma secretaria permanente para apuração dos fatos”, reivindicou.

Para Lucio, o controle que a empresa tenta ter sobre o trabalhador mostra que a ditadura ainda sobrevive dentro das empresas e fábricas. “Não podemos nos mobilizar, as nossas representações não são reconhecidas. Continua até hoje a luta contra as torturas dentro das empresas. Eu me considero preso e torturado até hoje, porque a verdade não foi resgatada”, desabafou.

O companheiro disse que não está atrás de vingança. “Quero a verdade, a reconquista da dignidade do povo brasileiro, de todos os trabalhadores brasileiros”, finalizou.

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18