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Trabalhadores precisam defender a democracia, defende ministro do Trabalho

Por Cristiane Alves | 01 abr 2015

Na última segunda-feira, 31, dia em que o golpe militar de 1964 completou 51 anos, a sede do Sindicato foi o local de uma reunião entre o ministro do Trabalho, Manoel Dias, e lideranças do movimento sindical da região, para exercitar uma das conquistas que só a democracia possibilita: o questionamento a uma autoridade quanto a providências a serem tomadas para melhorar os serviços prestados à população.

A reunião fez parte de uma agenda organizada pela secretaria de Desenvolvimento, Trabalho e Inclusão de Osasco, comandada por Mônica Veloso, que é secretária-geral licenciada do nosso Sindicato.

"Não vivemos numa crise econômica, ms política", ressaltou Manoel Dias

A principal crítica dos trabalhadores foi quanto ao déficit de auditores fiscais na Gerência Regional do Trabalho de Osasco. Hoje são apenas oito, quando deveriam ser 63, de acordo com estudo entregue ao ministro pelo presidente do Sindicato, Jorge Nazareno. O resultado é a demora nas fiscalizações, que identificam causas de acidentes e indicam medidas prevenir outros problemas. Com isso, há o aumento do número de acidentes. Nas metalúrgicas, por exemplo, acontece um acidente grave ou fatal a cada 15 dias.

Diante disso, o presidente do Sindicato dos Comerciários de Osasco e Região, José Pereira da Silva Neto, foi direto: “O que resolve para nós, em Osasco, é a contratação de fiscais”, ele também sugeriu que haja uma avaliação do quadro geral em todo o país.

O vice-presidente do Sindicato, Carlos Aparício Clemente, criticou a preferência dada pelos auditores a fiscalização eletrônica, por meio da qual os auditores cobram documentos e condutas de empresas onde há acidente. “A gente não pode ficar esperando que fiscalização de papel vá resolver. Que empresa vai mandar para o Ministério qualquer prova de que ela tem problema com saúde e segurança?”, questionou.

Outro problema é a infraestrutura da Gerência, que funciona em instalações precárias. “Se o senhor fosse auditor, interditaria a sede da Gerência”, alfinetou o presidente do Cisssor (Conselho Intersindical de Saúde e Seguridade Social), João Elias de Gois.

O ministro respondeu que o ministério do Planejamento prevê a realização de um concurso público para contratação de servidores. Outra providência é redirecionar os cerca de 700 auditores que executam tarefas administrativas para as rotinas de fiscalização. Nesta terça-feira, 31, também será lançado a Campanha Abril Verde, que também inclui medidas voltadas para saúde e segurança. Mas, o ministro concordou que o órgão está debilitado. “Temos de recuperar o protagonismo do Ministério do Trabalho que desde a ditadura estão tentando acabar”, defendeu.

Crise política – Manoel Dias também chamou atenção dos trabalhadores para as disputas políticas que o país atravessa. “Não vivemos uma crise econômica, mas política”, afirmou e acrescentou: “O maior crime da ditadura foi alienar três ou quatro gerações que hoje está contribuindo para a crise política”, avaliou o ministro se referindo ao uso das investigações do escândalo de corrupção na Petrobras como manobra para denegrir as conquistas sociais dos governos Lula e Dilma.

Por isso, o ministro defendeu que “os trabalhadores têm na democracia seu mais importante instrumento de luta porque é na rua que ele se manifesta e na ditadura só tem cadeia. Muitos destes que se arrogam democratas hoje estão por trás de um movimento contra a democracia”.

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #19