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Trabalhadores participam da Comissão da Verdade

Por Auris Sousa | 24 jul 2013

Sindicalistas defendem investigação de crimes cometidos durante ditadura militar

As atividades do Grupo de Trabalho “Ditadura e Repressão aos Trabalhadores e ao Movimento Sindical, da CNV (Comissão Nacional da Verdade) começou oficialmente na segunda-feira, 22, com a realização do Ato Sindical Unitário, na sede do Sindicato Nacional dos Aposentados, com a participação da coordenadora da CNV, Rosa Cardoso, das centrais sindicais e de dirigentes sindicais.

Os trabalhadores reivindicam a reparação das atrocidades que sofreram, inclusive que haja reconhecimento político do papel da classe trabalhadora contra o golpe militar. Arnaldo Gonçalves, secretário-geral do Sindicato Nacional dos Aposentados, que em 1983 era presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santos, e Jair Meneguelli, que foi presidente da CUT, foram indicados para falar sobre a greve geral daquele ano. Meneguelli não compareceu e enviou Djalma Bom como seu representante, que relatou a perseguição policial que os sindicalistas sofreram em 83 dentro da igreja na praça da matriz.

Já Gonçalves afirmou que a greve de 1983 foi um importante passo para a democracia. Dois anos depois, em 1985, o Brasil teve ainda eleição indireta e elegeu Tancredo Neves para a presidência da República, que morreu sem assumir o cargo. A presidência foi ocupada por José Sarney. “O papel da Comissão Nacional da Verdade”, disse Gonçalves, “será de resgatar a verdade e a reparação das injustiças que foram cometidas nos anos que duraram a ditadura. Os crimes devem ser punidos pois muitos foram torturados e mortos”.

Durante o ato, João Carlos Gonçalves, Juruna, secretário-geral da Força Sindical, destacou a necessidade de “reconstituir a história dos trabalhadores brasileiros que foi dizimada. Os dirigentes devem verificar os papeis que seus sindicatos tiveram. A unidade de ação é um importante passo no presente e no futuro”, observou.

O ato foi apresentado por Rute Coelho Monteiro, secretária nacional de Direitos Humanos e Cidadania da Força Sindical, e por Expedito Solaney, secretário de políticas sociais da CUT. O dia 22 de julho foi a data escolhida para lembrar a greve geral de 21 de julho de 1983, que ajudou a por fim a ditadura militar no Brasil.

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #11