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Trabalhadores não foram ouvidos por Dilma, lamenta sindicato

Por Diario Regiao | 08 jan 2015

As mudanças anunciadas pelo governo federal que alteram acesso a benefícios previdenciários geraram burburinhos entre alguns dos principais sindicatos do país. Em nota, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região, Jorge Nazareno, questionou as medidas por meio do artigo intitulado “Governo novo, ideias antigas”.

Jorginho, como é conhecido o sindicalista, enfatiza que as decisões foram anunciadas sem que os movimentos sindicais tenham sido chamados para dialogar a respeito dos assuntos que interferem diretamente na vida dos trabalhadores.

O presidente do sindicato cita a alteração de três regras de benefícios: o seguro desemprego, o auxílio-doença e a pensão por morte. “A política de cortes começou a atacar justamente garantias dos trabalhadores. Isso porque na campanha eleitoral a então candidata Dilma [Rousseff], disse que ‘nem que a vaca tussa’ mexeria em direitos dos trabalhadores”, cobra Jorginho, em seu artigo.

As alterações foram anunciadas como Medidas Provisórias (MPs) em 29 de dezembro pelo ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante. Entre as mudanças acertadas está a triplicação do período de trabalho exigido para que o trabalhador peça o seguro-desemprego pela primeira vez, passando de seis para 18 meses, para que o benefício seja liberado.

Para concessão do auxílio-doença, o benefício é concedido agora ao trabalhador que ficar mais de 30 dias afastado das obrigações. Antes, eram 15.

No caso de pensão por morte, o governo aumentou o critério do rigor, além de reduzir o valor ao beneficiário.

“Esse é o tipo de distorção que preocupa o trabalhador e que, se resolvida, pode contribuir com o desenvolvimento de nosso país. Mas não foi enxergada porque uma das partes – os trabalhadores – não foi ouvida. A julgar pela visão pragmática que temos visto, não será esta a tendência”, lamenta o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, em seu texto.

Em pleitos anteriores, o mesmo sindicato tinha uma aliança histórica em apoio aos candidatos do Partido dos Trabalhadores nas mais variadas eleições, sejam municipais, estaduais ou mesmo na nacional. Contudo, com a divulgação do artigo encaminhado no início dessa semana, o grupo deixa claro sua insatisfação com os primeiros passos do segundo mandato de Dilma.

“É por isso que para a falta de diálogo a nossa resposta é a luta pela manutenção e o avanço em direitos. Vamos cobrar a ratificação da Convenção 158 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que coíbe a dispensa imotivada, e é uma das reivindicações da pauta trabalhista, que está parada no Congresso Nacional e nas gavetas do Planalto”, conclui Jorginho. [Link: http://www.webdiario.com.br/?din=view_noticias&id=89596&search=jorge%20nazareno]

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18