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Trabalhador sofre grave acidente na Belgo e está na UTI

Por Auris Sousa | 20 maio 2015

Acabou em tragédia o fim do expediente de quinta-feira, 14, na Belgo, em Osasco. O companheiro Alberto Soares Rodrigues, de 37 anos, sofreu um acidente de trabalho e está internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Sino Brasileiro, felizmente não corre risco de morte. Na terça-feira, 19, os metalúrgicos da Belgo participaram de assembleia realizada pelo Sindicato em solidariedade ao trabalhador.

O acidente ocorreu quando Rodrigues foi puxado pelo cabo de aço, no setor de laços. De acordo com a CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho), ele sofreu aprisionamento, que provocou fraturas em seus quadris e na coluna.

Assembleia na Belgo informou metalúrgicos sobre acidente de trabalho que aconteceu na última semana

O Sindicato solicitou na sexta-feira, 15, fiscalização urgente do caso ao Ministério do Trabalho. Durante a assembleia, desta terça-feira, 19, a empresa entregou a CAT e o gerente de RH (Recursos Humanos) informou ao diretor do Sindicato Roberto Brito que o Ministério do Trabalho havia realizado a fiscalização na parte da manhã. “Mais uma vez sem o acompanhamento do Sindicato”, observou Brito.

Informações desencontradas – Nos dias que sucederam o do acidente, alguns metalúrgicos da Belgo souberam do acidente, mas não foi por um canal oficial da empresa. “Fiquei sabendo dois dias depois. É uma situação chata. Não conheço o rapaz, mas foi um choque porque pode acontecer com qualquer um”, contou um companheiro.

Outro contou que desconfiou de algo ao ver a ambulância, que socorreu Rodrigues. “Fiquei sabendo mesmo de ‘boca a boca’, com informações desencontradas, tanto que nem sabia que era grave”, recordou.

Já outro trabalhador, quase presenciou o acidente. “O vi caído no chão. Isso [acidente de trabalho] mexe com a gente, estou chateado”, confessou.

Sem resposta – Até o momento, o Ministério do Trabalho não entrou em contato para falar sobre a fiscalização deste acidente. A entidade cobra mais dialogo, até porque não tem informações se a máquina que provocou o acidente foi interditada. “Há anos atrás esta mesma máquina provocou um acidente grave”, lembra um metalúrgico.

Para que situações como esta não se repita, o diretor do Sindicato Gilberto Almazan reforçou a importância da união dos trabalhadores para defender e garantir os seus direitos. “O Ministério do Trabalho tem que cumprir o seu papel, não pode ficar do lado dos empresários e contra os trabalhadores. Temos que cobrar que façam o seu papel. Se for necessário, vamos protestar em frente a gerência”, enfatizou Almazan.

Fiscalização no papel – O diretor também contou aos trabalhadores algumas medidas usadas pela Gerência que dificultam a fiscalização dos acidentes. “Num acidente que aconteceu aqui mesmo, na Belgo, um trabalhador quebrou quatro dedos. Pedimos fiscalização e eles informaram que o caso não era grave. Em outra empresa, antes de mandar o auditor, a Gerência mandou uma correspondência à empresa, mas o correio não localizou o endereço e por este motivo o fiscal nem tentou ir até a empresa”, detalhou Almazan.

Procedimentos como estes deixam ainda mais claro que os trabalhadores precisam estar unidos para seus direitos, saúde e segurança sejam respeitados. “Nós, do Sindicato, não temos papel de fiscalizar, não podemos dar multas e interditar máquinas. Mas vamos cobrar o das entidades responsáveis que obriguem as empresas a corrigirem as distorções no ambiente de trabalho”, reforçou. 

 

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18