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Solidariedade e democracia

Por Cristiane Alves | 12 abr 2018

O Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco nasceu quase ao mesmo tempo em que a cidade se emancipou e, com o tempo, unificamos os trabalhadores da categoria na região. Mas apesar da nossa base estar no Oeste metropolitano, sempre demos apoio para nossos irmãos operários no resto do Brasil.

Uma dessas situações aconteceu há 38 anos, após os metalúrgicos do ABC paulista declararem greve no começo de abril, com apoio da Diocese de Santo André. O país era governado pelo último militar do regime, o general Figueiredo, e a classe trabalhadora lutava para se organizar e se fortalecer. A ditadura começava a decair e a democracia surgia aos poucos no horizonte. 

Em 14 de abril, após duas semanas do início, o Tribunal Regional do Trabalho declarou a greve ilegal. Diante desse absurdo, os metalúrgicos de Osasco e região se encontraram em assembleia já no dia seguinte, declarando apoio aos operários do ABC. A greve é um direito democrático e a ditadura decadente não poderia ficar no nosso caminho.

Apesar disso, os militares tentaram. O Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e Santo André foi invadido e as diretorias cassadas. Em 19 de abril diversos líderes sindicais foram presos, entre eles Luiz Inácio Lula da Silva. Diante da recusa da FIESP em negociar, os trabalhadores insistiram na greve, mesmo diante da repressão.

Todo o esforço da ditadura seria em vão: o regime cairia em 1985 e os trabalhadores conquistariam a liberdade. Hoje, esse governo democrático que suamos para conseguir está novamente ameaçado pela prisão de Lula. Mais uma vez os poderosos ameaçam os trabalhadores, tentando tirar o presidente da corrida e, junto com ele, um projeto de participação popular. Cabe a nós continuar firmes na defesa da democracia.

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18