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Sindicato lança campanha que estimula denuncia de acidentes de trabalho

Por Auris Sousa | 18 jul 2014

O Sindicato lançou nesta quinta-feira,17, a campanha “Conte pra Gente”, que incentiva os metalúrgicos a denunciar os acidentes de trabalho, com o objetivo de aumentar o número de casos investigados e não tolerar a irresponsabilidade dos empregadores. O lançamento aconteceu durante o 35º Ciclo de Debates.

Para denunciar casos de acidentes de trabalho, o metalúrgico não precisa se identificar. Ela pode ser feita pelo telefone (11) 3651-7212 ou pelo e-mail [email protected].

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A ação é uma resposta do Sindicato a demora das fiscalizações. Segundo pesquisa divulgada pela entidade, também na quinta, o tempo médio de pedido de fiscalização é de, em média, 25 dias, após o acidente. A investigação do caso acontece em média em 110 dias. Já a conclusão da fiscalização acontece após 184 dias.

“As empresas não cumprem a nossa Convenção Coletiva, que prevê a comunicação de acidentes com mutilação ou fatal em até 24 horas. O não cumprimento desta cláusula prejudica o resultado das fiscalizações e ainda pode colocar a integridade física dos demais trabalhadores em risco”, avalia o diretor do Sindicato Gilberto Almazan.

A categoria aprovou a iniciativa. Para um trabalhador da Terex, em Cotia, a informação é valiosa. Há quase um mês, o companheiro perdeu um colega, que foi vítima de um acidente de trabalho. “Podia ter sido com qualquer um de nós. Acho que a obrigação de denunciar e ficar atento é de todos, porque no fim todos nós devemos ser cipeiros e zelar pela segurança de todos”, avaliou ele, que acha que a Campanha “Conte pra Gente” chega numa boa hora.

Números Alarmantes

O estudo analisou 50 acidentes ocorridos entre março de 2010 e junho de 2014, os quais o Sindicato teve retorno da ação fiscal.  Deste total, 14% resultaram em mortes, 20% em amputação e 66% em fraturas, esmagamento, queimaduras, entre outros.

Entre as partes do corpo atingidas, segundo a pesquisa, os membros superiores lideram o ranking, com 56% dos acidentes investigados. Em seguida são as partes múltiplas, com 16%, logo atrás está a cabeça, com 14%, e os membros inferiores, com 12%, e o tronco, com 2%.

O Sindicato entregou a pesquisa à entidades competentes, entre elas: Secretaria do Trabalho de Osasco, Ministério do Trabalho, Cerest e Força Sindical. A ideia é que elas contribuam com políticas e ações para prevenir e reduzir os acidentes.

Uma companheira da Ficosa, em Jandira, ficou surpresa com os dados divulgados. “Os números são altos. Nem mesmo com o avanço da tecnologia temos segurança na hora de trabalhar. Por isso concordo plenamente com o “Conte pra Gente”. Temos que denunciar mesmo”, enfatizou.

 

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #11