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Sindicato destaca a gravidade dos acidentes de trabalho em Congresso da Fundacentro

Por Auris Sousa | 30 ago 2016

O vice-presidente do Sindicato, Carlos Aparício Clemente, destacou a gravidade dos acidentes de trabalho na sexta-feira, 26, durante o encerramento do IV Congresso Internacional de Ciências do Trabalho, Meio Ambiente, Direito e Saúde, realizado pela Fundacentro. Clemente também aproveitou o momento para denunciar aos congressistas que o INSS de Osasco não tem cumprido com suas obrigações perante seus segurados.

Clemente destacou que, apesar dos números alarmantes de acidentes de trabalho, o assunto ainda é um tema invisível. Também criticou a falta de transparência do governo em relação aos dados da Previdência Social. Isso porque, até o momento, não foram divulgados os números de acidentes de trabalho que ocorreram em 2015.

A preocupação de Clemente é que todos os dias acontecem acidentes de trabalho, que tiram a vida ou capacidade laboral do trabalhador. “De 1991 a 2014, se comparar só mortes por acidentes de trabalho, os números de vítimas equivalem a 382 quedas de aviões da TAM, 382 e ninguém fala nada. Se a gente colocar dentro destes aviões as pessoas que tiveram incapacidades permanentes, teremos 2.158 quedas de aviões no Brasil. Estes números foi a Previdência que divulgou, não somos nós do movimento sindical e social que inventamos”, ressaltou Clemente ao comparar as tragédias sofridas por milhares de trabalhadores com quedas de aviões.

Ações regressivas – Clemente também chamou a atenção dos congressistas para as ações regressivas e apresentou mais dados bombásticos. “De cada 125 acidentes no Brasil, um vira ação regressiva acidentaria, 99,2% de acidentes que mataram ou mutilaram não são objetos de investigação. Isso quer dizer que, segundo a Previdência, o trabalhador é culpado por sua própria morte”, destacou.

As ações regressivas buscam reaver os valores gastos pela Previdência Social com acidentes que poderiam ser evitados e, portanto, são resultado da negligência de empregadores.

Descaso do INSS – Clemente também aproveitou a ocasião para denunciar o caso de Evanilson Vieira de Souza, que há mais de dois anos amarga a espera por sua prótese. Isso porque a Previdência Social não cumpre com o artigo 89 da Lei 8.213/91, o qual obriga o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) a fornecer próteses, cadeira de rodas, muletas e demais aparelhos ortopédicos para os segurados, inclusive aposentados.

Para o Sindicato, o INSS informou que os fornecimentos de próteses foram suspensos devido à fraudes e falta de orçamento. “Não tem R$ 6 milpara trocar a prótese, mas tem R$ 12 mil, por mês, para pagar dinheiro extra para os peritos fazerem 9 a 10 revisão dos benefícios. Isso é um escândalo”, denunciou Clemente.

Enquanto isso quem sofre sem assistência é Evanilson. “É revoltante ver um direito que é seu ser negado”, desabafou. O companheiro passou a usar a prótese desde que perdeu o antebraço direito, em 1998, num acidente de trabalho. Desde então contava com este direito para conseguir trabalhar. Agora a dificuldade só aumenta e a prótese fica cada dia pior. “A minha prótese já está quebrada, tem parafuso espanado, sem condições de uso”, explicou.

A mesa “Movimentos sociais na defesa de direitos, do trabalho digno e da saúde” foi bem diversificada. Também contou com a presença de outros dirigentes sindicais e de abordagens sobre a luta dos bancários pela saúde no local de trabalho. Bem como a luta das mulheres pela igualdade de gênero.

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #19