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Sindicato cobra agilidade em perícias e denuncia descasos ao INSS

Por Auris Sousa | 11 nov 2016

Demora de cinco meses para agendar perícias médicas, corte de benefícios de segurados com câncer e os percalços que tudo isso causa a vida dos trabalhadores e da sociedade. Estes foram alguns dos assuntos na pauta da reunião entre o Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região e o Gerente Executivo do INSS Osasco, Glauber Belúcio, na quinta-feira, 10.

Diretoria se reúne com gerente do INSS de Osasco para tratar de perícias médicas

Diretoria se reúne com gerente do INSS de Osasco para tratar de perícias médicas

A demora para marcação das perícias prejudica o trabalhador e a empresa. Há casos de trabalhador que passou por cirurgia, sarou do problema de saúde sem conseguir passar pela primeira perícia. E aí começa outro problema: a empresa não aceita o trabalhador de volta. “Existe resistência da empresa em autorizar o retorno sem a perícia. Os RHs (departamento de recursos humanos) nem deixam passar com o médico da empresa”, alertou o diretor Everaldo dos Santos.

O atraso nas perícias impacta a concessão de diversos benefícios, incluindo auxílio-doença e também aposentadoria. Os problemas se agravam pelo aumento da demanda dos serviços, gerada, de um lado, pela crise econômica e, por outro lado, pelo medo dos prejuízos que podem provocar a reforma da Previdência pretendida pelo governo Temer.

De acordo com informações obtidas pelo Sindicato, outro empecilho para a agilidade nas perícias é o aumento nos pedidos de exonerações e aposentadorias por parte dos peritos. Nos nove municípios sobre jurisdição da Gerência, de 70 peritos restam apenas 30, distribuídos em Osasco, Cotia, Santana de Parnaíba, Barueri, por exemplo. Em Barueri, de cinco peritos, resta um. Por isso, o  Sindicato também vai articular uma luta para que haja mais concursos públicos para melhorar o quadro de pessoal.

Por outro lado, o INSS iniciou em setembro o pente fino nos benefícios de quem está afastado há mais de dois anos. Em setembro e outubro, mais de 20 mil segurados passaram pela avaliação e 80% deles tiveram o benefício cassado, de acordo com o Ministério de Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA).

Tanta agilidade em tão pouco tempo está relacionada com a sistemática criada pelo governo Temer, que inclui o pagamento de bônus de R$ 60 para cada perícia de reavaliação. “Para cortar benefícios tem uma estratégia, mas não para atender o segurado que nem passou por uma primeira perícia”, salienta o diretor Gilberto Almazan.

O Sindicato também cobrou solução para absurdos como os acontecidos com os metalúrgicos Meire Vieira e Maurício Monteiro da Silva, que ficaram sem benefício, apesar de doenças graves, como câncer, no caso de Maurício. Presente à reunião, foi o próprio Maurício que relatou o drama que tem vivido. O gerente regional se comprometeu em analisar e dar um retorno ao Sindicato e aos trabalhadores.

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18