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Sindicalismo, inclusão e acessibilidade foram temas discutidos em encontro intersindical

Por Bianca Silva | 26 out 2023

O Espaço da Cidadania e Seus Parceiros pela Inclusão, realizaram na quarta-feira, 25, o encontro “Sindicalismo, Inclusão e Acessibilidade: Compromisso pelos direitos das pessoas com deficiência”, no Sentracos (Secretariado Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços).

Ricardo Patah, presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores), realizou a abertura do evento, que contou com a participação de diversos sindicatos, como o do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba.

Ricardo Patah, realizando a abertura do encontro

“Eu queria saber dos sindicatos, se dentro das suas instalações, tem alguma ação que seja inclusiva, se lá tem pessoas com deficiência”, comentou Patah, durante a abertura.

O encontro foi divido em três mesas, a primeira reuniu entidades sindicais e governamentais, formadas por Cleonice Souza representando as Centrais Sindicais; Valdirene de Assis, procuradora do trabalho do Ministério Público do Trabalho de São Paulo e do projeto Coordigualdade; Danielle Corrêa procuradora do trabalho, do MP de Campinas e é coordenadora nacional da Coordeigualdade; Eduardo Halim, auditor fiscal do trabalho e Marcus Mello, superintendente do trabalho de São Paulo. Durante o debate, foram apresentados pontos e ideias que podem ser implementados pelos sindicatos, empresas e pelo governo para que possam ter um ambiente mais inclusivo e receptivo as pessoas com deficiência, principalmente no ambiente de trabalho.

Mesa inicial, composta por Cleonice Souza, Marcus Mello, Valdirene de Assis, Danielle Corrêa e Eduardo Halim

“Existem pessoas diferentes na sociedade, somos todos diferentes um dos outros e nós temos que ter consciência disso e tratar todos com respeito e equidade. Além disso, nós vivemos em uma sociedade capacitista, que acredita que as pessoas com deficiência não conseguem atuar sozinhos e os sindicatos tem que ser a voz dessas pessoas na porta de fábrica’, avaliou Danielle Corrêa, procuradora do trabalho.

A segunda mesa do encontro contou com a participação de Leandro Horie, técnico do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômico) e de Guirlanda Benevides e Maria de Lourdes, pesquisadoras do CESIT/Unicamp e do Núcleo de Pesquisas sobre o mercado de Trabalho e Pessoas com Deficiência. Durante as apresentações, foi mostrado por Leandro, que as contratações das pessoas com deficiência estão em baixa desde a pandemia e que entre 2011 a 2021 as contratações estavam em crescimento.

Mesa técnica composta por Leandro Hoire, Guirlanda Benevides e Matia de Lourdes

“Temos 879 mil vagas no mercado formal destinadas as pessoas com deficiência e só 49% delas estão preenchidas”, falou Leandro.

Já as pesquisadoras do CESIT, apresentaram parte da pesquisa das negociações coletivas antes e depois da pandemia, onde foi mostrado que após a reforma trabalhista em 2017, houve um aumento nas cláusulas que restringem as contratações das pessoas com deficiência.

Os trabalhos da mesa tiveram o depoimento de dois trabalhadores com deficiência, que atuam no meio metalúrgico, José Carlos Melo, é cego e foi pioneiro na contratação de pessoas com deficiência na Volvo do Brasil, em Curitiba, onde trabalha já a 23 anos.

José Carlos, compartilhando a sua experiência na Volvo Brasil

“Colocar um deficiente para trabalhar conscientiza todo mundo”, declarou José Carlos.

Renildo da Silva, trabalha na Cinpal há 19 anos e entrou na empresa através da Lei de Cotas, onde começou no almoxarifado e foi subindo de cargo.

Renildo compartilhando sua experiência de contratação pela Lei de Cotas

“Não depende só do deficiente, também é preciso de a empresa se adapte”, avaliou Renildo.

A última mesa reuniu dirigentes sindicais dos comerciários de São Paulo, SIEMACO, metalúrgicos de Osasco e Região, metalúrgicos da grande Curitiba e o sindicato patronal SINCOVAGA para darem seus depoimentos sobre o trabalho de inclusão que vem aplicando em suas estruturas e em suas bases, entre eles, tivemos o depoimento de Edson dos Anjos, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, que usa uma prótese desde que tinha 13, quando perdeu sua perna em uma amputação.

Edson dos Anjos, diretor do sindicato dos metalúrgicos de Curitiba, durante seu depoimento

“ Desde de 2018 realizamos encontro de pessoas com deficiência para mostrar o quão importante é inclui-las no mercado de trabalho, queremos mostrar o quão capazes nós somos. E é extremamente importante lembrarmos disso durante as negociações da convenção coletiva”, declarou Edson.

O evento, que contou com a presença de representantes do Ministério Público do Trabalho, do Siemaco, SECSP, Dieese, Cesit, empresas e outras instituições e contou com transmissão ao vivo pelo canal do YouTube da TvComerciarios e interprete de libras.

Partcipantes do encontro intersindical “Sindicalismo, Inclusão e Acessibilidade”

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #30