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Salários não acompanharam aumento de produtividade em países desenvolvidos

Por admin | 07 dez 2012

O aumento da produtividade nos países desenvolvidos não teve impacto positivo sobre os salários dos trabalhadores, segundo o Relatório Mundial sobre Salários da OIT (Organização Internacional do Trabalho). Ao contrário do que ocorreu nos países em desenvolvimento, como o Brasil, em que houve aumento real dos salários nos períodos anteriores e posteriores à crise financeira internacional, os ganhos de produtividade – proporcionados por avanços tecnológicos, por exemplo –, não foram repassados aos trabalhadores dos países desenvolvidos.

“Essa é uma tendência indesejada que, onde exista, é preciso ser revertida. Em nível social e político, sua interpretação mais clara é que os trabalhadores e suas famílias não estão recebendo o que merecem”, disse o diretor-geral da OIT, Guy Ryder, em nota da organização. A OIT enfatizou que esses países devem ter cuidado para não promover o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em detrimento dos salários e do bem-estar do trabalhador.

Apesar da disparidade entre o crescimento dos salários e a produtividade nos países desenvolvidos – e da situação contrária nos países em desenvolvimento –, ainda há significativas diferenças de salários entre grupos de nações. Segundo comparação feita pela OIT entre os proventos de um trabalhador no setor industrial em 2010, a Dinamarca é o país onde há o salário mais alto por hora trabalhada, cerca de US$ 34,7; seguido da Suíça (US$ 34,2) e da Austrália (US$ 28,5). Em último lugar ficaram as Filipinas (US$ 1,4), a Hungria (US$ 4,7) e a Polônia (US$4,8). Em seguida aparece o Brasil, que paga cerca de US$ 5,4 por hora trabalhada.

Para superar o desafio da descoordenação entre produtividade e salários, a OIT sugere a adoção de políticas coordenadas para estimular a demanda da população, manter a competitividade por meio da inovação, fortalecer as instituições, regular o mercado financeiro, e intensificar a segurança social.

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18