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Rossi fala sobre cassação da UEO e intimidações da ditadura

Por Cristiane Alves | 20 nov 2014

Rossi foi eleito presidente da UEO em 1964, na segunda vez que participou da disputa. Ao lado do nosso Sindicato, a UEO era uma das principais referências de luta na cidade. Não foi à toa que ambas sofreram intervenção logo na sequência do golpe.

A gestão anterior era encabeçada por Gabriel Figueiredo também membro do PCB (Partido Comunista do Brasil), cujas ideias o jovem Rossi – então com 24 anos – e seu grupo não simpatizavam. “Nós nos posicionávamos contra o movimento comunista. Nós execrávamos o comunismo”, conta. No grupo, estavam estudantes como Edgar Domingues e José Maria.

As razões da discordância e as propostas para mudar o movimento e o regime no país foram reunidas numa publicação, em 1963, intitulada “Mensagem de um moço à nação brasileira”, impressa na gráfica do Bradesco, com o consentimento do proprietário, Amador Aguiar. De acordo com militantes contemporâneos a Rossi, na publicação, defendia a necessidade de intervenção militar no país.

Rossi vence as eleições da UEO, mas a entidade foi dissolvida, assim como a UNE (União Nacional dos Estudantes), com base no decreto-lei 477 de 1965, que proibia “atos destinados à organização de movimentos subversivos, passeatas, desfiles ou comícios não autorizados, ou dele participe”. O decreto teve como parâmetro o AI-5 (Ato Institucional nº 5, de 13 de dezembro de 1968).

Ainda assim, organiza iniciativas como uma manifestação contra a apropriação por parte da Força Pública do terreno onde seria construído a sede da UEO (no local, hoje funciona um hipermercado, na Av. Dona Primitiva Vianco). A área havia sido cedida pela Prefeitura.

Por conta disso, foi detido na delegacia seccional de Osasco. “O Coronel Ubirajara Silveira foi a prisão. Era muito intimidadora toda a situação. Fez a gente entender que não agradava nenhum pouco toda a Força Pública. Foi uma conversa de auto nível”.

Segundo Rossi, o Coronel ligou para o então prefeito Marino Nicoletti e os estudantes foram liberados. “Saímos com reunião marcada para o dia seguinte”. O acordo proposto na reunião foi a extinção da UEO. “Fizemos um acordo e um documento no qual tinha que concordar que a UEO estava extinta. E eu tive de concordar”, reconhece.

Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #18