No quadro branco, a lei que rege a Cipa (Comunicação Interna de Acidentes) é o grande destaque da sala usada para descanso e treinamento. Minutos antes um grupo de oitos cipeiros recebia informações e formação sobre o papel da Cipa e a grande missão de ser cipeiro. São os novos cipeiros da metalúrgica Wap Metal, de Barueri.
Wanderson Pereira dos Santos é um deles. Aos 32 anos, seis de Wap Metal, ele parte para o seu segundo mandato como cipeiro, desta vez como vice-presidente. Para ele, a integridade física e mental dos companheiros de serviço é a melhor recompensa que um trabalhador pode ter ao fazer parte da Cipa. “É gratificante ter consciência de que o trabalhador chegou em casa inteiro. Toda família quer ter seu membro de volta e bem, ninguém espera o contrário. O trabalhador sair de casa inteiro e voltar inteiro é a maior recompensa para um cipeiro”, avaliou. Santos tem razão e é por este motivo que o Sindicato enfatiza que a estabilidade do cipeiro está além da garantia do emprego. “É muito mais que isso. A gente tem que dar a cara para bater. Temos muitas responsabilidades, temos que cobrar os demais trabalhadores, a empresa. Temos que ter foco para representar os colegas com respeito e não pensar na estabilidade, mas sim na segurança dos demais trabalhadores”, enfatizou. O engajamento naquilo que faz também garantiu ao companheiro Paulo Rogerio Balbino, de 36 anos, sete deles na Wap Metal, participar de três mandatos da Cipa na empresa. Na última, foi o mais votado entre os trabalhadores e ganhou o título de vice-presidente. No primeiro ano, confessa: “sabia que se tratava de segurança, mas não sabia direito o que era ser cipeiro”.
Com o passar do tempo, Balbino compreendeu então a importância do cipeiro. “É estar atento a qualquer situação, saber identificar os riscos e ter responsabilidade. Aprendi muita coisa, tenho outra visão”, destacou. Agora Balbino deixa o posto de vice-presidente da Cipa para Santos. Logo, são as ações de Santos que vão fortalecer as de Balbino. Ambos demonstram que o alicerce dessas ações é o envolvimento contínuo dos trabalhadores na prevenção das doenças e acidentes de trabalho e, ainda, na busca constante do conhecimento para melhorar a aplicação das medidas preventivas. “Ganhar a confiança e colaborar para que todos compreendam a importância da segurança no local de trabalho são os nossos principais objetivos”, enfatizou Santos. Para isso, Balbino aposta num diálogo em que se prese o respeito. “É importante saber abordar o outro de forma adequada, para que não se crie atritos, respeito sempre em primeiro lugar. Com dedicação naquilo que se propõem a fazer a gente pode muita coisa, como reduzir o número de riscos dentro da fábrica”, ressaltou.