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Produção industrial fecha 2024 com crescimento de 3,1%; cenário é otimista, diz Dieese

Por Auris Sousa | 05 fev 2025

A Industria brasileira confirmou que está numa boa fase. Prova disso é o crescimento da produção industrial nacional de 3,1% em 2024. O percentual, que é o terceiro resultado anual mais elevado da indústria nos últimos 15 anos, atrás apenas de 2010 (10,2%) e 2021 (3,9%), foi divulgado nesta quarta-feira, 5, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e mostra um avanço mesmo com um recuo de – 0,3% em dezembro.

O setor de “bens duráveis” (automóveis, mobiliário, eletrodomésticos e eletroeletrônicos, etc) também teve um desempenho importante: um avanço de 10,6%

Para Rodolfo Viana, economista e técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o cenário é bastante otimista. “A indústria cresceu e dentro deste desempenho cabe destacar que o setor de bens de capital (fabricação de máquinas e equipamentos) avançou 9,1%, o que implica dizer que a indústria está renovando e expandindo seu parque industrial, o que ajuda a gerar empregos e diminuir gargalos inflacionários com o aumento da capacidade de produção”, explica.

O setor de “bens duráveis” (automóveis, mobiliário, eletrodomésticos e eletroeletrônicos, etc) também teve um desempenho importante: um avanço de 10,6%. “Acontece justamente por conta da melhora do mercado de trabalho, vide o desemprego em níveis historicamente baixos e o aumento da renda do trabalhador, puxada inclusive pela retomada da política de valorização do salário mínimo, que ajuda a dinamizar principalmente a base da economia e ‘puxa’ os menores salários, aumentando o poder de compra da maioria da população”, explica.

Cenário positivo para categoria

No que se refere a metalurgia, a geração de empregos comprova o bom momento do setor. “Dados do Novo CAGED [Cadastro Geral de Empregados e Desempregados] dão conta de uma expansão de 109.511 empregos metalúrgicos no Brasil, fazendo a categoria chegar a 2,4 milhões de trabalhadores no país, uma alta de 4,8% sobre 2023”, compartilha Viana.

Cenário que contribuiu com os avanços obtidos pelos sindicatos, junto com a categoria, nas PLRs e ganhos reais nas Convenções Coletivas de Trabalho e Acordos Coletivos de Trabalho pelo Brasil. “Nas metalúrgicas de Osasco e região, por exemplo, a maioria dos acordos de PLR apresentaram valor maior em relação ao ano anterior (2023). No que se refere a Campanha Salarial, o acordo conquistado é um dos melhores do Brasil, com reajuste salarial de 5,85%”, resgata o presidente do Sindicato, Gilberto Almazan.

Em todo país, em 2024, dados do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), compilados pelo DIEESE, indicam que na categoria 81,8% dos acordos teve ganho real, 15,6% ficaram igual a inflação e 2,6% abaixo do INPC do período.

Para Viana, neste momento, a principal preocupação que a categoria e toda classe trabalhadora deve ter é com a taxa SELIC. Na semana passada, o Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, elevou a taxa Selic de 12,25% ao ano para 13,25% ao ano. “Segue em trajetória de alta e pode acabar diminuindo a melhora na atividade econômica”, alerta.

[Foto: Agência Brasil

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Jornal Visão Trabalhista EDIÇÃO #04